1.13.2012

Melting folk


















O sujeito sentado chama-se Jonathan Wilson. Tem 37 anos. Há 37 anos produzia-se música igualzinha à que gravou o ano passado no álbum Gentle Spirit. O disco foi por cá pouco falado tal como sucedeu com Queen of Denmark, de John Grant, outra viagem no tempo embora de uma beleza diferente de Gentle Spirit. Mas são discos que soam de outra época sem deixarem de parecer genuínos. Que a seu tempo chegam a toda a gente que lhes sabe dar valor. Wilson é mais psicadélico e contemplativo, como alguém que tenha vivido sempre de frente para a praia. Não foi o caso. Uma espécie de Dennis Wilson (é coincidência), o Beach Boy que a solo gravou o extraordinário Pacific Ocean Blue (1977), objecto de reedição cuidada há uns anos atrás, mas com um pathos mais ligeiro que se traduz na música gravada. É bom que surjam discos assim de vez em quando. Intemporais e que valem especificamente pela música que têm dentro. Fora do seu tempo e dos hypes ditados pelo mesmo. Em Gentle Spirit a música é tudo e o próprio autor se confunde com ela até se fazer passar de sujeito observador a objecto contemplado.

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