8.31.2006

Música para os ouvidos









Mozart and the Whale (Loucos e Apaixonados) é apenas um filminho - em cartaz - simpático e cheio de bicharada, mas a certa altura, no momento certo, ela (Radha Mitchell) diz-lhe (a ele, Josh Hartnett), "Sweetie, you can't disappoint me, 'cause whatever you are is exactly what I want". Palavras do argumentista Ron Bass que curiosamente já em Rain Man, de Barry Levinson, tinha escrito sobre personagens com autismo. No entanto o filme a reter deste ano, com a palavra "baleia" no título, continua a ser outro.

8.30.2006

Wanderlust


















O Pitchfork (essa referência!) diz maravilhas do novo álbum dos Junior Boys, so this is goodbye. Resumidamente...

Wanderlust* never sounded so good. (9.0)

Recordo apenas que o anterior CD dos Junior Boys, Last Exit (a que o mesmo Pitchfork atribui 8.9), foi o meu disco de 2004 - será que por cá mais alguém reparou nele?

Momento ideal para desfazer injustiças. so this is goodbye sai a 11 de Setembro e a Amazon inglesa já aceita encomendas.

*wanderlust - prazer de viajar ou de vaguear; gosto em percorrer terras

8.28.2006

I came to believe

Não foi preciso ouvir mais de uma vez o álbum póstumo (póstumo mas de novo muito grande) de Johnny Cash, American V - A Hundred Highways, para perceber que uma canção transcende todas as demais. É do próprio Cash e tem versos assim: Nothing worked out when I handled it all on my own/ And each time I failed it made me feel twice as alone/ Then I cried, "Lord there must be a sure and easier way/ For it just cannot be that a man should lose hope every day." E um refrão assim: And I came to believe in a power much higher than I/ I came to believe that I needed help to get by/ In childlike faith I gave in and gave him a try/ And I came to believe in a power much higher than I. Uma pessoa quase que acredita naquilo em que Cash acreditava. E se não acredita, pelo menos agradece (obrigado, Francisco).

Serrat traduzido

Já tens amor

Já tens amor...
Já acaricias a glória
com a ponta dos dedos.
És imortal.
Prepara-te
para caminhar às escuras.
Para viver sozinho.
Para dormir no chão.

Já tens amor...
Cansaste-te de procurá-lo
debaixo das pedras
a qualquer preço.
Agora vais encostar-te
do lado da angústia
e seguirás pelo caminho
que leva ao crime ou ao adeus.

Já tens amor...
e não podes ficar para trás.
Não peças justiça,
és tu quem lança os dados.
Fecha os olhos,
atira-te para o abismo
e renuncia a viver
eternamente em paz.

Já tens amor...
e a sua agonia,
quem não daria tudo
para sofrê-la de novo
uma vez mais,
uma vez mais,
uma vez mais
e chega.


Este é o tema mais curto do novo disco de Joan Manuel Serrat, . Traduzi a sua letra (do castelhano, traduzido do catalão) porque usando palavras simples tem um efeito devastador. Traduzi-a porque considero Serrat um enorme escritor de canções e por vezes temos de dar testemunho daquilo em que acreditamos. E no entanto quero acreditar também que nada disto é tão negro assim.

Miami superficial















A marca de sofisticação do cinema de Michael Mann (n. 1943) é observável pelo menos desde o seu terceiro filme – Manhunter (86), que assinala a aparição de Hannibal Lecter no grande ecrã -, onde teve início a longa colaboração entre o realizador americano e o director de fotografia italiano Dante Spinotti, interrompida quinze anos mais tarde quando Mann filmou a biografia de Muhammad Ali. Colateral (2004), com um surpreendente Tom Cruise a fazer lembrar os replicantes de Blade Runner, marcou o começo de nova parceria que se prevê longa entre Michael Mann, Dion Beebe na imagem e as cada vez mais sofisticadas câmaras digitais de alta definição. Miami Vice, cuja maior parte da acção tem lugar à noite, é resultado daquilo que o vídeo digital permite hoje em termos de definição de leitura e de profundidade de campo, sobretudo nas cenas nocturnas e ninguém poderá negar o seu poder sugestivo e a sua enorme legibilidade. Se alguma coisa há a lamentar das consequências tiradas por Miami Vice deste dispositivo formal, é o facto de se sentir que o fascínio pela ligeireza e mobilidade do equipamento equivale à demasiada proliferação de pontos de vista, acentuada por uma montagem cujo virtuosismo nem sempre anda a par do investimento dramático que se revela o calcanhar de Aquiles de Miami Vice. A sofisticação atmosférica e o brilhantismo visual que são apanágio do cinema de Michael Mann, não encontraram no filme escrita de argumento à altura: tendo a mesma recaído sobre Mann e o criador da série televisiva com o mesmo nome, Anthony Yerkovich.
Miami Vice parece refém de um hedonismo juvenil que vai da escolha da dupla de protagonistas (Jamie Foxx e Colin Farrell) com pouco carisma e com um look que não sofre a mais pequena amolgadela – à semelhança do que acontece nos filmes de James Bond – ao longo das duas horas e meia de peripécias envolvendo os mais temíveis traficantes da Florida e das Caraíbas. Aliás, Miami Vice torna-se particularmente previsível à medida que caminhamos para o seu desenlace, com o interesse da operação policial a assentar quase exclusivamente na cavalagem dos barcos e dos automóveis topo de gama que reforçam o efeito de catálogo de um projecto que terá algures negligenciado a espessura humana dos personagens. Basta recordar, esse sim, filme extraordinário que é Heat, Cidade Sob Pressão (95), também de Michael Mann, com Al Pacino e Robert De Niro, para encontrar justiça nos encómios escritos a propósito de Miami Vice. Heat bate-o aos pontos em todas as frentes: na complexidade da intriga; nas relações de identificação e complementaridade que estabelece entre o universo dos polícias e o dos criminosos; no pathos criado em torno das figuras principais; no ritmo ora contemplativo ora nervoso da montagem; na escrita que a câmara de Mann estabelece e nos significantes desta; nessa soberba coreografia que é o tiroteio nas ruas de Los Angeles após o golpe abortado; inclusive na utilização que faz da banda-sonora original e seleccionada que se adequa na perfeição aos motivos reflexivos; enfim, em tudo aquilo que Miami Vice emprega com excessiva confiança nos méritos do seu tropicalismo visual bruxuleante. É que não basta ser digital (levado às últimas consequências) se não existirem personagens maiúsculos dentro. Michael Mann agarrou-se ao conceito subjacente a uma das frases proferidas por um dos seus vilões (de que “os meus olhos estão em todo o lado”) e ficou-se pela experimentação acelerada que atropela o drama e a possibilidade de uma maior emoção que não apenas estética. A notícia de que para o ano surgirá uma versão de Heat em videogame leva a supor que o cinema de Michael Mann possa vir a ser formatado, de modo cada vez mais consciente, de acordo com essa expectativa. Será?



Já houve exemplos de textos originalmente produzidos para a imprensa que são depois reproduzidos em blogues. Não sei se inauguro aqui uma categoria nova, mas a fazê-lo será a dos textos projectados para a imprensa (no caso, uma revista) que vêm a acabar no blogue. À atenção deste, deste, deste e deste senhor. Sem pretender reactar quase polémicas.

8.25.2006

Onde quer que estejas


















Dondequiera que estés
te gustará saber
que te pude olvidar y no he querido,
y por fría que sea mi noche triste
no echo al fuego ni uno solo
de los besos que me diste.

Mudas de disco e toca-te o mesmo.

Tradução simultânea

In sex, two bodies become one. In love, in being in love, two minds become one. In devotion, the one disappears, and only a presence is there.

William Pennell Rock

A Lura e a loura












Dentro de cada género (e suas diferentes temperaturas), apenas vozes das melhores no ponto de escuta de cada dia.

8.22.2006

Meu minorquino













O último disco de Joan Manuel Serrat é o primeiro que o músico grava integralmente em catalão de há quase vinte anos para cá. (diminuitivo usado para os naturais de Mahón, capital da ilha Menorca) foi composto neste mais que presumível paraíso das Baleares durante o período em que Serrat convalescia da operação à bexiga, na sequência de lhe ter sido diagnosticado cancro. representa assim não apenas o regresso à música como há vida, o que tratando-se deste enorme cantautor quer dizer a mesmíssima coisa. traz também um segundo disco com imagens de estúdio e entrevista sobre as várias canções. Fala Serrat. Canta Serrat. Um homem, pela tarde, não pode pedir mais do que isto. Apenas mais disto.

Ciao!













Ter conhecimento de que alguém pensou em nós junto à praia, no sopé do vulcão Stromboli, é sensação mais grata do que memórias ou cinema. Aqui o filme é a nossa própria vida. Hoje.

8.21.2006

Nem tudo muda













The Light of Day

I found a photograph of you and me
Drinking sangria somewhere by the sea
There's laughter in our eyes and dreams in our hearts
Before life waded in and tore it all apart

When there's no more lies to hide behind
And no more tears to cry I know we'll be alright
'Cause even though the skies above are cold and grey
I'm sure tomorrow we will see the light of day

I found some letters from a happier time
I smelled the scented pages and re-read the lines
Why must the summer always turn into the fall?
Why must we lose love to ever know love at all?

When there's no more lies to hide behind
And no more tears to cry I know we'll be alright
'Cause even though the skies above are cold and grey
I'm sure tomorrow we will see the light of day

The light of day shining through our window pane

[The Divine Comedy, Victory for the Comic Muse]


Procurar seguir os clássicos é isto.

Maio, maduro Maio













Em Os Amantes Regulares, a evocação poética da geração que fez o Maio de 68 cedo mostra a sua face de desencanto. É nos momentos de confronto com as forças da autoridade que os personagens do filme de Philippe Garrel se sentem mais vivos. Daí para a frente instala-se o torpor do ópio e o isolamento a que cada um deles se remete, ainda que no interior da mesma casa – tal como no recente Last Days de Gus van Sant. Os Amantes Regulares é objecto de escassos afectos. Mas a câmara de Garrel olha-os com um misto de nostalgia e, passe o pleonasmo, empatia: o cineasta sabe agora que tudo invariavelmente chega ao fim – das juras de amor aos propósitos revolucionários. Garrel envolve ainda Os Amantes Regulares num preto-e-branco cheio de memórias cinéfilas, de Griffith a Cassavetes, do expressionismo mudo ao cinema underground na transição da década de 60 para a seguinte. Pena que o estereótipo do cinema de autor a que o filme se propõe obedecer cegamente, tenha perdido o sentido do quanto podia beneficiar com umas boas tesouradas na duração. O tempo dos sentimentos (em perda) de Os Amantes Regulares dispensava parte das suas quase três horas que, acreditem, não passam “a correr” (F.F. dixit); e a redundância das curtes opiáceas em casa de Antoine, a partir de certa altura nada acrescentam. Para que Os Amantes Regulares fosse melhor filme, teria que ter havido alguém junto de Garrel no momento da montagem para lhe dizer que por muito que lhe custasse libertar-se de algum daquele material, para o espectador anónimo isso em nada afectaria a relação com o filme. Assim, face à abundante condescendência autorística do francês, Os Amantes Regulares funciona melhor como um objecto para o qual se olha (da estética) mas que, no fluxo contínuo, menos suportavelmente se vê (da economia narrativa).

8.18.2006

Nadaka












Está-se sempre a voltar à origem do som.

Pecado original






















Rachel Weisz fotografada para a GQ. Ou de como restituir o agradecimento subtraído ao Cavalheiro de Beri-Beri. Ficou bem melhor assim, o template.

8.17.2006

Comoção
















Observem esta imagem. Com carinho. A Última Hora, 25th Hour está cheio de imagens comoventes como esta. Infelizmente não se encontra muita coisa na Net. Mas esta serve. De pretexto para voltar a referir um dos melhores filmes americanos dos últimos anos. De um Spike Lee de nível Elia Kazan. A Última Hora é sobre o homem nesta imagem que irá perder tudo o que tem de um dia para o outro: de uma hora para a outra. É sobre este homem que sentindo a privação do futuro olha forçosamente para o presente e passado: o olhar que se vê nesta imagem. A vigésima quinta hora a que se refere o título original diz respeito à representação de um prolongamento alternativo da sua própria história. Como nos sonhos, porque vigésimas quintas horas todos temos todos os dias. Para acordar depois, todos os dias, para a realidade. A mesma que no filme de Spike Lee é feita de amizade, de ódio, de traição, de compromisso... e da cúmplicidade calada entre um homem e o seu cão: que nada, além de companhia, pode fazer por ele. Quando pensei escrever algumas linhas sobre este a vários níveis magnífico título de Spike Lee, apoderou-se de mim uma ligeira sensação de angústia pelo destino do animal no mesmo. Agora lembro-me e estou pacificado. Resta aqui dizer que A Última Hora anda por aí em campanha do DN a preço que não se usa. Nunca se usou. Nem que vivêssemos na época do Kazan. Agora que comprei quantos queria, já posso escrever isto.

monguebeat









Existe uma dimensão rarefeita nalguns temas que compõem o CD fala mongue dos München (ed. Autor) que se demarca do som de "orquestra de café" com que o grupo é habitualmente conotado. Mariana Ricardo [na imagem com Bruno Duarte] explicou-me que são experiências que a banda arrisca apenas em estúdio: talvez, penso agora eu, porque seja ténue a fronteira entre o que pode resultar relevante ou irrelevante. Quer isto dizer que importa descobrir o disco, fala mongue, mesmo para quem, ou sobretudo para aqueles que do grupo guardam a ideia de projecto lúdico, iconoclasta, descontraído. Os München "versão-estúdio" descobrem ambientes de experimentação que exigem maturidade na escuta. De uma para outra música transformam-se em agrupamento de câmara contemporâneo de bolso. Surpresa.

8.16.2006

Bíblico

















Le Trou, realizado em 1960 pouco tempo antes da morte do seu realizador, Jacques Becker (e disponível em edição Criterion ou numa mais modesta edição francesa intitulada Série Noire, que é a que tenho), é exemplar na descrição minuciosa que faz da relação estabelecida por um grupo de prisioneiros e das actividades de preparação da fuga destes. O filme desenrola-se todo no interior da prisão e isto já é dar demasiada informação.

Metacritic

















Aparentemente, isto é, a avaliar pela informação disponível na Net, nada de novo há a relatar na actividade dos The Notwist, banda formada pelos irmãos Acher (Markus e Michael), por Mecki Messerschmidt e pelo craque da electrónica Martin Gretschmann que editaram em 2002 um dos álbuns indispensáveis do novo milénio, Neon Golden. Dos poucos a que apetece sempre voltar para renovar o efeito-surpresa que causam os clássicos imediatos: entenda-se, discos a que ninguém acrescentaria ou retiraria a mais pequena coisa. Neon Golden é perfeito e o Verão é a estação em que se revela mais perfeito ainda. Procurem-no e, caso dêem com ele, COMPREM-NO.

8.14.2006

... e cavalos
















Portefólio notável assinado por Steven Klein com Madonna e cavalos. Fica também a devida vénia ao João Lopes que dá a indicação de tão precioso endereço.

Todo, outra vez

A citação que o Carlos faz do último Roth quase que torna imperativo lê-lo todo outra vez.

Yakuza














No post abaixo referi um filme "histórico" para mim mas que talvez seja desconhecido da maior parte das pessoas. The Yakuza foi realizado em 1975 por Sydney Pollack a partir de argumento original de Robert Towne e Paul Schrader. Os protagonistas eram Robert Mitchum (tinha 58 anos na altura) e Takakura Ken que em jeito de indirecta homenagem surgiria mais tarde noutro filme americano passado no universo da máfia japonesa: Black Rain de Ridley Scott. Não vejo o filme de Pollack há mais de quinze anos e o remake que a Warner Bros. promete para breve não deixa antever nada de bom. A não ser que leve à reedição DVD do original - que não se encontra em absolutamente nenhum lado. Desapareceu sem deixar rasto como só um verdadeiro Yakuza poderia fazê-lo...

Poeira












O filme de Robert Towne que acaba de estrear é um desperdício de talento. Digo isto com certo pesar uma vez que se trata do argumentista de méritos que fizeram história (Chinatown, The Yakuza, The Last Detail) e do realizador do muitíssimo estimável Tequila Sunrise. Já este Ask the Dust, A Poeira do Tempo, embora cuidado até ao mais pequeno detalhe, falha, surpreendentemente, no mais inesperado: a história. A Poeira do Tempo tem problemas de ritmo do início ao fim, a narração do protagonista é sempre incómoda, os secundários pouco desenvolvidos parecem pertencer a um universo de nostalgia surrealizante (a fazer lembrar Barton Fink ou King of the Hill), embora Towne se mostre indeciso face ao tom que o filme deveria ter. E depois há problemas sérios de montagem, com a articulação entre diferentes tempos e momentos a revelar-se canhestra. Parece um filme amarrado à reconstituição, uma peça de museu, uma natureza morta. Tanto mais de lamentar porque passa sinais de que podia a todo o momento ser outra coisa que não o objecto que algures (entre o instante em que Towne desejou fazê-lo e, muitos/ demasiados anos depois, teve a oportunidade de concretizá-lo) se perdeu.

8.11.2006

Rorschach

















O que se vê nesta imagem? A mim parece-me óbvio.

[da exposição de João Queiroz patente no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian; imagem retirada daqui]

Oposto do amor

O amor faz-nos acreditar em qualquer coisa e no seu oposto. O oposto do que devia ser o amor.

Sons férteis











A Antena 2 (94.4 Mhz em Lisboa) é a rádio que escuto no trabalho porque é, das que consigo sintonizar, a de que mais gosto. O som está sempre baixo, quase não percebo o que dizem as vozes, pelo que apenas reconheço composições que me são familiares. Como Musica Callada que, parece, serve de genérico a um programa chamado Sons Férteis (quase escrevi "Frágeis" por lapso) e que pertence a um compositor que muito admiro: a catalão Federico Mompou (1893-1987). Que explicava, "Esta música es callada porque su audición es interna. Contención y reserva."

8.10.2006

Budd wiser











Raros porque a minha ligação com eles cresce a cada vez que os escuto: Avalon Sutra de Harold Budd e As Long As I Can Hold My Breath (By Night), Budd remisturado por Akira Rabelais. Música para o recolhimento (se bem que nunca estejamos completamente sós)

Sublinhados da solidão

We never feel grief when we lose something that we have alowed to be free, that we have never attempted to possess. Grief is a sign that I made my happiness depend on this thing or person, at least to some extent.

Where there is love there are no demands, no expectations, no dependency. I do not demand that you make me happy; my happiness does not lie in you: if you were to leave me, I will not feel sorry for myself; I enjoy your company immensly, but I do not cling.

Loneliness is not cured by human company. Loneliness is cured by contact with reality. Oh, I have so much to say about that.

Awareness, Anhony De Mello

Terceto colombino

Adriaanse despediu-se
Simão não rende
o Sporting factura.

8.09.2006

É apenas tempo

Why would I stop loving you
a hundred years from now?
It's only time.
It's only time.

What could stop this beating heart
once it's made a vow?
It's only time.
It's only time.

If rain won't change your mind,
let it fall.
The rain won't change my heart
at all.

Lock this chain around my hand,
throw away the key.
It's only time.
It's only time.

Years falling like grains of sand
mean nothing to me.
It's only time.
It's only time.

If snow won't change your mind
let it fall.
The snow won't change my heart,
not at all.

(I'll walk your lands)
I'll walk your lands
(And swim your sea)
And swim your sea

Marry me.
Marry me.

(Then in your hands)
Then in your hands
(I will be free)
I will be free

Marry me.
Marry me.

Why would I stop loving you
a hundred years from now?


[It's Only Time, The Magnetic Fields]

8.08.2006

Gravidade zero
















Apollo vem a caminho 23 anos depois.

Romance & cigarros












Antes de se começar a levar a sério (e cair em desgraça), o filme de John Turturro faz do cabotinismo a sua graça mas é sempre mais cabotino do que engraçado.

8.07.2006

Arte






















Michael Mann é um artista. Miami Vice apenas não é das suas obras mais conseguidas*. A forma não é tudo. Mesmo quando quer ser conteúdo.

* prefiro, de caras, este Heat - Cidade Sob Pressão (1995).

8.04.2006

Una






















Christy Turlington fotografada - se a informação não me atraiçoa - em 2005 para o livro One de James Houston: fotógrafo profissional e tal como nós grande entusiasta do yôga. Para dar também conta de acordares "assim..."

08 .04 .06

8.02.2006

Um sorriso












De quem escuta o disco de estreia de Mayra Andrade.

Um passo

«You want to wake up. You're putting on a great act. And you don't even know it. You think you're being so loving. Ha! Whom are you loving? Even your self-sacrifice gives you a good feeling, doesn't it? "I'm sacrificing myself! I'm living up to my ideal." But you're getting something out of it, aren't you? You're always getting something out of everything you do, until you wake up.
So there it is: step one. Realize that you don't want to wake up. It's pretty difficult to wake up when you have been hypnotized into thinking that a scrap of old newspaper is a check for a million dollars. How difficult it is to tear yourself away from that scrap of old newspaper.»

[Awareness, Anthony De Mello]

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