5.09.2012

Livros do desassossego

























«Eram detalhes da Dublin real, ou simplesmente pareciam verdadeiros por causa da inigualável intensidade do sonho? Quando despertou, continuava sem saber nada de Dublin, mas tinha a estranha certeza absoluta de ter andado a passear pelas ruas dessa cidade durante longo tempo, e era-lhe impossível esquecer o único momento difícil do sonho, aquele em que a realidade se tornava singular e comovente: o instante em que a sua mulher descobria que ele tinha voltado a beber, ali, num bar de Dublin. Tratava-se de um momento duro, intenso como nenhum outro dentro daquele sonho. À saída do pub Coxwold, surpreendido por Celia na sua indesejada nova incursão alcoólica, abraçava-se a ela comovido e acabavam os dois a chorar, sentados no chão de um passeio de uma ruela de Dublin. Lágrimas para a situação mais desconsolada que até àquele dia tinha vivido num sonho.»


Para os que, como eu, nunca foram a Dublin.

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