5.04.2012

A Lisboa que desaparece



Tenho uma ligação romantizada com uma Lisboa que não conheci. A Lisboa dos anos 60, de gente culta e boémia, dos cafés até às tantas, dos copos mais que muitos, e das conversas sem fim. Ouvi e li algumas histórias desta Lisboa da boca de gente como Fernando Lopes, um exímio contador de histórias. Tive por isso uma secreta alegria quando vi entrar no Palácio Galveias Armando Baptista-Bastos, de braço dado com a mulher, muito aprumados tal como a imagem que deles guardava, e como sempre os vi chegar. Há uma Lisboa que desaparece quando a memória de gente como Fernando Lopes deixa de existir. Sobra Baptista-Bastos (autor desse grande livro de centena e meia de páginas que é O Secreto Adeus) e poucos mais. Faltam-nos histórias e vão faltar cada vez mais. Isto está a ficar um pouco lamechas e calo-me já.

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