10.21.2006

Teatrinho de máscaras














O cinema de Sofia Coppola adolesceu. Com este Marie Antoinette cria-se a sensação de estarmos perante um teatrinho vistoso mas pouco profundo: aliás, como na curta-metragem de Coppola pai, Life Without Zoe (escrita a meias com a filha), integrada nas Histórias de Nova Iorque (1989). Os anacronismos musicais quase nunca são pertinentes. O filme confunde muitas vezes leveza - algo que, sabemos bem, pode ser quase insustentável - com ligeireza. Sofia Coppola mantém, no entanto, intactas, as suas qualidades para filmar de modo atmosférico e intimista, só que desta vez tudo aquilo existe muito pouco: como numa visita guiada a Versalhes para olhar apenas, sem mexer. O filme não nos toca. Ou, melhor dizendo, o filme não me toca. Vê-se.

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