10.09.2006

João Paulo Simões, para memória futura


















«Antes sentia-me intranquilo porque sentia o tempo a ultrapassar-me: nunca vou ser tão bom quanto o Charlie Parker ou fazer canções como o Chico [Buarque]. Mas agora sei que não é assim tão importante. Fiquei mais calmo quando deixei de querer ser outra coisa qualquer – foi um doloroso alívio. Tento ser eu próprio – é cansativo. E não tem piada nenhuma. Quem quer ser João Paulo Simões?»

«Isso [Werther, um instrumental] começou por ser uma canção de amor impossível – tentei fazer uma música para exprimir a maravilha… [pausa] por causa dos olhos de uma mulher. E depois acabei por sentir uma coisa parecida com aquilo que é a ideia mais profunda do “Werther”: ele apaixona-se pela sua imagem do amor. Resta saber se a música exprime alguma coisa parecida com isso. Como dizia o outro: “Transforma-se o amador na coisa amada” [Herberto Helder]… Tem de haver um lado encantatório, porra…»

«Falta-me o que sempre me faltou: alegria.»

JP Simões entrevistado por João Bonifácio, Y, 29 Set. 2006. O disco sai em finais de Outubro, inícios de Novembro.

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