![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXeplU_FxZ5QmMr5GhxPdjhFKb0K2EaFwhdmtwNUtJdlmawpC0Ptt5oLUX-J7K3VQ8DRSVGPJuIKNrMKGeVR3_0z9hvidmCSGQDkypvmJnHYbY-JD06GyiG7CeUZbY-ZkcqLi6sg/s400/femme-d-a-cote-1981-06-g.jpg)
Impossível não receber La Femme d'à Coté (1981) a não ser como um aviso. Truffaut parece dizer "tenham medo, tenham muito medo, das histórias de amor com princípio, meio, mas sem um fim". François Truffaut di-lo com palavras, usa arquétipos trágicos como a senhora Jouve que sobrevivera a tentativa de suicídio (por amor), tendo-se atirado de um sétimo andar. Di-lo também e sobretudo com imagens, e para que tal aconteça a intensidade das presenças de Gérard Depardieu (Bernard) e Fanny Ardant (Mathilde) é determinante. Ao contrário das histórias de amor que se deseja que fiquem resolvidas, às narrativas dos filmes nada obriga a que se lhes ponha um ponto final. As melhores, aliás, encontram formas de reverberar e de se perpetuarem dentro de nós. São aquelas que, justamente, metem mais medo.