6.02.2010

Eu não vos disse?


























Ao longo da vida o homem pode enfrentar três tipos de competição: consigo mesmo, com as expectativas que a sociedade nele incute (é aqui que entram as mulheres), e com os outros homens. Nenhuma menos ilusória que a outra, todas as competições encerram um potencial de frustração que tarde ou cedo toma forma. O homem só é verdadeiramente livre quando sonha ou quando em vigília se entrega a todo o tipo de fantasias (há quem lhe chame devaneios). Livre é o homem reconciliado com as limitações da vida real ou, por outro lado, o que se entrega à exploração do seu imaginário fecundo.
Ronnie James Dio superou as limitações da sua baixíssima estatura, fazendo uso da voz que diríamos pertencer a um daqueles gigantes de musculatura simétrica que observamos nas capas dos discos da banda. Não irei escutar muitas outras coisas dele(s) porque percebi que este género de metal (sinfónico até quando não existe orquestra) é dos que mais ficou refém do seu tempo. Tarefa que nem o mais motivado dos imaginários consegue actualizar. Até porque fará pouco sentido recuperar uma época que não foi vivida quando era a nossa. The Last in Line cumpre no pleno essa limitação.

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