10.11.2011

Como sou sensato não apareço ao teu pai com a t-shirt dos Atentado


























Os Atentado pegaram em material, algum já com vinte anos de antigo, e surgiram no passado mês de Setembro (não por acaso), com o seu disco de estreia, Paradox. A banda define a música que produz como sendo punk/crust: do que entendi a variante do punk onde predomina a afinação grave dos instrumentos. Eu gosto mais assim. Como este é o único exemplar de punk/crust que possuo (também tenho a t-shirt na imagem que ficou bestial) devo socorrer-me de outros exemplos, e de outros géneros, para justificar de modo sintético (o meu léxico metálico não dá para mais) o que me entusiasma neste Paradox. Quando o "Pitchi" me deu a ouvir a mistura final ainda não vertida para CD, aquilo pareceu-me assentar como luva "de ferro" no catálogo da Relapse. Fez e faz lembrar os primeiros álbuns de High on Fire, só que em mais acelerado. E a voz, cavernosa a pontos de tornar impercetíveis as palavras (querem perceber, dêem-se ao trabalho de abrir o livrete que estão lá as letras todas), aponta para exemplos do doom mais extremo como são os Eyehategod ou os Cough. Isto para mim são tudo boas referências, logo não é de espantar que Paradox, que progride dos temas muito curtos para os menos curtos (os melhores nas primeiras audições) seja um somatório de malhas brutais. Treze socos + um, uns após os outros e quase sem espaço para o silêncio, que culminam numa progressão sonora bem mais distendida e lenta, enquanto nas cabeças ecoam os efeitos de tão massivo alinhamento.

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