4.26.2010

Divino contrabaixo


























Entre os amigos sou tido como uma espécie de entendido no fado. Gosto muito, ouvi o bastante (sobretudo em disco), tenho pluma fadista e ao nível do puro imaginário a vivência do fado conforta-me. Depois passa-se ao conhecimento daquelas pessoas e encontra-se gente como qualquer outra. Mais ou menos egocêntrica, mais ou menos carente, mais ou menos mesquinha. Aprende-se a ficar com a obra e deixar que o resto seja obra do acaso. Aprende-se que sentir não implica manifestar sentimentos. O que sei de fado foi o que o fado revelou da minha própria natureza. Tal como Ricardo Ribeiro inscreve em Porta do Coração, dou hoje valor ao que se me assemelha. Este disco nunca na vida me passaria ao lado. De lado já está. Via aberta para a nossa convivência. E do terço que escutei vai ser boa reza.

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