10.13.2008

Kristoffer son


















A minha admiração por Kris Kristofferson não é de agora. Despontou provavelmente ao escutar a banda-sonora da versão A Star is Born com Barbra Streisand, um dos últimos discos que o meu pai levou para nossa casa. A voz de Kris Kristofferson é, já adivinharam, um prazer tântrico. Que reencontrei recentemente ao escutar o seu primeiro álbum, Kristofferson, de 1970. Ainda melhor quando ele se limita a falar. Ouve-se o primeiro tema, Blame It on the Stones, e é Leonard Cohen que escutamos. Depois vem-se a saber que Kristofferson gostaria de ter por epitáfio os primeiros versos de Bird on a Wire: «Like a bird on a wire/ Like a drunk in a midnight choir/ I have tried in my way to be free». Quem não gostava de poder merecê-los? Já que aqui estamos, também me ocorre a excelente entrevista dada por António Lobo Antunes a Anabela Mota Ribeiro, que o Público trazia ontem. Masculinidades que se confundem. Pais. Filhos. Para levar outras achas à confusão posso acrescentar que sempre digo que desejo envelhecer como Clint Eastwood, mas com a barba que trago hoje parece-me mais plausível que os anos desçam sobre mim como em Kris Kristofferson. Tudo bem, desde que o meu pai comprasse um disco meu.

Arquivo do blogue