2.16.2007

Cartas de Iwo Jima

Digamos, para abreviar, que se trata de obra definitiva. Daquelas que encerra com um género: no caso, o filme de guerra. Clint Eastwood já assinara outros títulos no passado com os quais, obrigatoriamente, a história do cinema feita antes, e a que veio (virá) depois, terá de se confrontar. Cartas de Iwo Jima é obra-prima sob todos os aspectos. Lúcida meditação que não deixa de pé o mais minúsculo grão de heroísmo que se possa associar com a guerra: esse cenário tão absurdo e desumano como nenhum outro. Por outro lado sublinha constantemente o valor imenso de cada vida, sendo também pela marca do seu individualismo um filme profundamente eastwoodiano. Formalmente é Imperial. A melhor coisa que se poderá dizer do cinema de um Mestre do passado - como Akira Kurosawa -, é que nos melhores momentos se terá abeirado dos resultados deste Cartas de Iwo Jima. E já vai sendo tempo de afirmar com toda a tranquilidade: Clint Eastwood é dos maiores cineastas de todos os tempos. Celebrem-no hoje e sempre.

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