1.15.2007
O mau gosto é o mau gosto
Filme que mostre o plano subjectivo de uma cabeça acabada de ser decepada (o que o olhos supostamente vêem quando a cabeça rola e a vida se apaga) suscitará em mim, sempre, um repúdio superior a qualquer entusiasmo que venha antes ou depois desse instante obscenamente gráfico. E Apocalypto é um filme impressionante. E Apocalypto é também um filme de carniceiro, Mel Gibson, que mantém o nível dos seus pergaminhos. Nada de alegorias com ele. Ou talvez apenas uma... Um par de testículos estripados a um animal é um par de testículos. Um coração humano esventrado é um coração esventrado. Um crânio aberto e a esguichar sangue é um crânio que não pára de esguichar sangue. Mas um homem tanto pode ser o predador como se tornar na coisa caçada. Em Apocalypto, o mau gosto e o meu gosto são tangenciais: atracção pela brutalidade destruidora e instintiva da besta humana. Daí que eu goste e não goste do filme.
Arquivo do blogue
-
▼
2007
(395)
-
▼
janeiro
(41)
- Preto ou branco
- Parâmetro
- Factor 70
- Uniões, de facto
- Fotomontada
- Ele está entre nós
- O inglês paciente como eu gosto
- Allen menor que Allen
- Admiráveis paisagens sonoras
- Até que a morte nos separe
- Britta Phillips e Dean Wareham
- Todos os nomes
- No more Art
- Apenas uma ideia
- Pathos com laranja
- Branco ou preto
- Seamus on me
- Todas as noites
- A cura de Schopenhauer
- Miniscente
- Cito
- Carta de um desconhecido
- O mau gosto é o mau gosto
- O que fazes esta segunda-feira?
- A Stephiníssima Trindade
- A Dylaníssima Trindade
- Pois...
- A Hawleyíssima Trindade
- Filosofia prática
- Love streams
- Wise on time
- Gostar de sirs ©
- Auto[retrato]
- The world according to Grant
- Babel
- Músicas/ Interiores
- Compro
- Odaliscas
- Primeiros socorros
- Don't Think Twice, It's All Right
- Uma história simplista
-
▼
janeiro
(41)