12.02.2010

"Pornopopéia" das nossas vidas


























«Tô envelhecendo, cara, de verdade. Não foi só ontem durante a viagem de ácido, não. Um velho sem um pingo de sabedoria na cabeça, é no que vou me transformando com espantosa velocidade. Já a Lia continua lucidérrima e ainda assaz apetecível do alto dos seus quarenta anos. A bunda cresceu um pouco, os peitos ficaram mais caidinhos, mas nada grave. Se ela não me enchesse tanto o saco com cobranças e recriminações de ordem prática, além de outras sentimentais, a gente treparia bem mais e melhor. Mas você conhece alguma mulher capaz de fazer um simples cálculo de custo-benefício desses? "Não vou mais encher o saco do Zeca com cobranças e recriminações. Em compensação, vamos trepar muito mais e melhor." Magina. Nunca existiu semelhante ser na face da Terra. Algumas patroas acabam descobrindo isso tarde demais, quando o maridão já caiu fora de casa atraído por uma xota 25 anos mais jovem. O mundo é cruel, meu chapa. Mas vende todo tipo de anestesia a quem puder pagar por isso.»


O Brasil de Reinaldo Moraes bate-nos em linguagem e em sacanagem.

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