5.25.2007

Eastwood goes rock













Julgava eu que Heartbreak Ridge (1986) fosse dos títulos menos apreciados de Clint Eastwood quando me deparo com uma "horta de tomates" quase todos frescos. A fazer canastrão como ele só o par de filmes que Eastwood protagonizou para o director de duplos Buddy Van Horn e para James Fargo: Any Which Way You Can e Every Which Way But Loose. Trata-se aqui de um objecto narrado "à patada" e sem grandes cuidados de realização. A coisa não esconde o intuito de se assumir cabotina. Heartbreak Ridge é à superfície uma paródia sobre a masculinidade confusa, sobre o lado eternamente juvenil dos homens e só depois deixa entrever a glorificação do heroismo militar, tomando por modelos a "velha escola" da coragem e do desenrascanço. Se Bird é por razões óbvias o filme jazz de Clint Eastwood, Heartbreak Ridge será o seu filme blues-rock FM: trata-se, afinal, de um objecto dos anos 80. Tipicamente anos 80. É noutra medida uma variação (menos conseguida, pelo menos enquanto retrato de grupo) do The Dirty Dozen, de Robert Aldrich, com a ressalva do aditivo de carisma de Eastwood não constar desse conjunto imperfeito. Assim sendo ficamos no caso com um exemplar da galeria mais popular de Clint, que não escondeu nunca a atracção que sobre ele exercem os filmes que não se levam a sério, no meio de outros que são para levar muito a sério.

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