2.28.2012

Espinhos sem coroa

























Uma passagem apenas, comigo embrenhado na sonolência do fim de tarde, deu para perceber que Blues Funeral nunca será dos melhores discos de Mark Lanegan. Em circunstâncias outras, com um músico que não estimasse com a reverência que nutro por ele, encaminharia o objecto para o local onde o fui buscar, mas vou insistir e ver se quebro os espinhos levantados na primeira audição: a excessiva e aparentemente desnecessária duração de alguns temas e o recurso à electrónica para imprimir cadências rítmicas que soam datadas. O Pitchfork identificou estas dificuldades e aplicou uma classificação pouco entusiástica (5.9): But even the more uptempo material is hamstrung by strangely dated production that makes it come off like one of those "genre bending" roots rock albums from 1999 that tried to incorporate electronica and hip-hop touches. As a result, Blues Funeral sounds adrift both sonically and lyrically, chippy drum machines and oozing synths backing Lanegan's verbal merry-go-round of rising suns, avenging gods, and pitiless oceans. Como é óbvio temos sempre a voz, e aquela voz pode quase tudo.

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