![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYHAuB4g9n9Ws901OztpSSXoRCtenADDqdih2cGwol32I3GSJOHg840UsdMG1sLLIdlq9_c-beE7i6tc_aBlWheoa0Jjsdtdboz5hKvZtqt9PVtvYFGszGwHeQKTFBxB8RGKPZLw/s400/Sonia_Brazao_Revista_GQ_Dezembro_08_0001.jpg)
O terrível episódio que vitimou a actriz Sónia Brazão, internada com queimaduras muito graves resultantes da explosão de gás em sua casa, causou-me uma impressão que não se dissipou ainda. Procurei explicações além do óbvio para aquilo que sinto. Sónia Brazão foi capa da última edição da GQ em que colaborei: Dezembro de 2008. O ensaio fotográfico remetia, em registo de suave erotismo, para o seu passado de bailarina, e a entrevista dava a conhecer uma história portuguesa como tantas outras. Sónia Brazão nunca conseguiu transcender a sua imagem, no sentido do reconhecimento artístico que não se limite ao visual estereotipado (algo que o ensaio fotográfico para a GQ demonstrou ser possível). A opção por habitar um prédio anónimo em Algés condiz com a banalidade da entrevista. Penso nas fragilidades daquele discurso e nos danos irreparáveis agora causados à sua imagem. O que vai ser de Sónia Brazão, outrora vistoso patinho que nunca chegará a ser cisne? Que futuro aguarda esta história portuguesa hoje tão trágica e tão triste?