12.05.2009

Leãozinho (o meu desencontro com Caetano)


















Em três ocasiões, separadas por intervalos de cerca de dez anos, Caetano Veloso e eu estivemos na presença um do outro. Primeiro em Nova Iorque, no Ballroom (uma sala tipo café-concerto), aquando do espectáculo "Circuladô ao vivo", eu e alguns amigalhaços sentados na mesa mais próxima da mesa da mulher de Caetano. Depois no fórum Fnac Colombo, na apresentação do concerto encomendado a Caetano, Abrunhosa e Paulino Vieira para a Expo'98. Por último ontem, na Casa Fernando Pessoa. Pedi-lhe que me assinasse um livro, "Verdade Tropical", e um disco, "Araçá Azul". Falei-lhe em muito breve destes remotos e sucessivos encontros, enquanto o músico baiano repetia o gesto mecânico com a caneta, indiferente à minha conversa. Caetano tinha um ar esgotado. Nunca havíamos estado tão próximos. Nunca o desencontro foi tão acentuado. Mas a gente não aprende, né?

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