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Comecei o dia com esta imagem. Encontrei-a aqui. Fui depois pesquisar o restante portefólio da fotógrafa Namiko Kitaura (1977) e continua a ser a que mais me impressionou. Toda a fotografia suspende um movimento qualquer e no caso, pelo facto do corpo se encontrar submergido, essa sensação é mais acentuada. Depois existe uma carga sensual forte, pelas características morfológicas do corpo retratado, também pela percepção de que os peixes rondam a pele que por certo tocam, que é ao mesmo tempo casta. Até pelas opções cromáticas – e pelo que está na luz e o que está na sombra – a imagem sugere a superação do desejo em direcção a algo superior. Se o corpo submerge a nossa alma emerge. Eu gosto de imagens onde existe uma espécie de adoração do corpo da mulher, uma tensão entre o acto de tocar e a pura contemplação. Parece que Namiko Kitaura é partidária desse acto de suspensão. Uma suspensão no interior da suspensão que é própria ao acto fotográfico.
Deixo outros exemplos do trabalho de Namiko Kitaura e um link aberto à exploração de cada um.
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