4.24.2009

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Diz-me, espelho meu, haverá alguém no mundo que goste dos Wooden Shjips como eu? Faz-se a busca na Internet, lê-se o último número da Wire, e dá no mesmo. Os plumitivos a atacar a banda de São Francisco, praticamente apelidando-os de fraude. Se os Wooden Shjips são uma fraude, eu, melómano ingénuo entre os mais cândidos, me confesso. É que os ouvi numa compilação da Uncut e fiquei agarrado. Depois vi-os na Caixa Económica Operária naquele que foi o concerto da noite: que incluia os Sic Alps e os Six Organs of Admittance. Os Wooden Shjips bombardearam a audiência de uma centena com o seu retro-psicadelismo feito de notas hipnóticas de orgão, do baixo e bateria em simultaneidade metronómica como uns Velvet Underground elevados à potência dez, e com descargas de guitarra para rasgar pelo transe adentro.
Há um álbum novo dos Wooden Shjips, Dos, que é o terceiro (mas eles não contam com a reunião de dispersos, intitulada Vol. 1), sobre o qual o crítico da Wire não podia ser mais elucidativo. O espanto é que toda a gente que fala com propriedade dos Wooden Shjips cita as referências justas: VU, Guru Guru, The Doors, The Fall, and so on, and so forth. Mas sempre a cascar. E quando a cabeça não tem juízo, o corpo não tem discernimento na matéria.

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