4.13.2009

Ri-te ri-te




















A pequena tragédia do melómano ridículo é evitar o disco do grupo que venera com base em impressões longínquas deixadas por um grande êxito (para o caso, Anna Júlia). Penso ter escrito em espaços diversos sobre todos os álbuns dos Los Hermanos, banda brasileira de um rock que dissimula a sofisticação dos maiores melodistas e harmonizadores da extraordinária música do país. Faltava o trabalho inaugural, cruamente intitulado Los Hermanos. E que disco espantoso que é! Naquele tempo a preponderância das composições de Marcelo Camelo sobre as de Rodrigo Amarante saltava à vista, mas a fúria do segundo equilibrava a parada neste alinhamento de pouco mais de uma dúzia de temas de um ska imparável, que trata dos múltiplos rostos da dor de corno. Los Hermanos é como o doloroso parto de um conjunto de estupendos barbudos que passavam a residir na idade adulta, distendida mais tarde por três outros brilhantes álbuns de originais.

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