4.22.2009

Da grande borracheira


















Nada me move contra os White Stripes ou Jon Spencer Blues Explosion, mas penso que nenhum disco saído do nicho revivalista blues-rock, que tem décadas, me entusiasmou na medida de Rubber Factory, dos Black Keys. Um pouco de história. Pequena e curta. Tinha-me deslocado à Carbono e alguém sugeriu o novo disco de Dan Auerbach, Keep it Hid, a propósito da conversa tida em torno de Frank Zappa e Captain Beefheart. Como a conta já ia longa, deixei-o para comprar noutra altura, apesar de aquilo que tive ocasião de escutar ter ficado a martelar a caixa ressonante. Da metade Auerbach até aos Black Keys por inteiro (que incluem o baterista Patrick Carney) foi questão de rápida pesquisa. Rubber Factory é disco que usa a força primordial da música, que tem suficiente sofisticação (urbana) ao mesmo tempo que conserva boa dose de energia crua e dura. O resto compete ao tratamento vocal, das guitarras e da bateria, que não permite aos temas soarem descobertos em excesso, que não ostenta os rasgões da ganga além do estritamente necessário. Como se a questão fosse tratar da apresentação do pronto-a-vestir ou pronto-a-despir naquilo que estes têm de essencial: a passagem de uma corrente de tensão compacta. Energia onde cabe o que lá quisermos colocar.

Arquivo do blogue