
Michael Shannon é a melhor coisa do melhor que tem o filme Revolutionary Road, de Sam Mendes: a direcção de actores; sim, porque fora isso me pareceu de um pálido academismo. Para quem perdeu Michael Shannon em Bug, de William Friedkin (que Shannon trazia preparado do palco), o impacto será quase tão forte. Michael Shannon é agora o secundário que concentra muita da nossa atenção e dos nossos receios. O que dali sai é ameaçador, inesperado, surpreendente. Quando contracenou com ele em Bug, Ashley Judd referiu-se-lhe, por outras palavras, como sendo o tipo de actor que não se via desde que De Niro e Pacino renovaram o paradigma da imprevisibilidade.
Há o perigo de Shannon ganhar o Oscar no próximo dia 22 de Fevereiro. Eis um risco que vou gostar de ver confirmado, e de aplaudir depois.