1.14.2009
O sonho americano
O sonho americano representa a capacidade de nos sentirmos jovens e em face do ilimitado campo das possibilidades. Alguns discos têm o condão de fazer recuperar esse estado, senão ilusório, pelo menos efémero. E, no caso (e para o caso de um apelido onde se reúnem as palavras "primavera" e "adolescência"), de ir criando mitos. Foi através da sua discografia clássica que o Boss descreveu todo um universo totalmente americano que identificamos como a ficção onde em parte nos formámos (tal como nas salas de cinema). As suas canções carregam uma ferocidade individualista e um desejo de afirmação que as torna sempre actuais: elas não têm tempo no sentido em que o seu tempo é consequentemente mitológico. Ao recuperarmos estes discos recuperamos parte daquilo que fomos e que nunca se extinguiu, apenas ficou soterrado pelo cansaço das responsabilidades acumuladas. Estes discos transmitem uma energia vital, mesmo que ilusória e ainda que efémera. Ou não seria sonho, apesar de americano. No concreto das sentimentalidades este é um portentoso disco que baralha o topo dos meus afectos springsteenianos, quando me deixo sonhar.
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