2.02.2009

Por detrás de uma grande mulher


















Vai ser um prazer assistir ao amadurecimento de Dame Helen Mirren no papel que até hoje lhe trouxe maior notoriedade: o da inspectora Jane Tennison em Prime Suspect, drama policial cuja produção se prolongou de inícios da década de 90 até ao ano de 2006, num total de sete partes. Vi as primeiras duas em dois dias, visionamento que me ocupou cerca de 450 minutos. E li a entrevista que Helen Mirren concedeu a Piers Morgan da GQ, que é o retrato de uma grande senhora, sexagenária, que continua liberal de usos e costumes, embora vivendo uma existência mais recatada.
Jane Tennison é uma criação no papel de Lynda La Plante, a que Helen Mirren emprestou a sua extraordinária figura. E eu que sempre apreciei mulheres profissionalmente combativas que preservam de caminho a sua feminilidade, observo em Jane Tennison uma encarnação credível desse pressuposto. Tennison consegue ser compassiva e determinada no modo como persegue a resolução dos seus casos, e ainda por cima sabe servir e desfrutar de um bom whisky. Mas Prime Suspect tem muito mais do que a sua protagonista: a complexidade da dramaturgia, a eficácia da realização e a justeza da composição de todos os actores (regulares e eventuais), ajudam a destapar as camadas sórdidas que a normalidade apenas disfarça.
A televisão não consegue superar isto.

P.S. Lembro-me assim de repente de duas mulheres a quem gostaria de dedicar o post.

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