2.12.2009

Dois rapazes pós-industriais














Esta noite, no Museu do Chiado, os Aquaparque apresentam É Isso Aí à malta das Artes, aos fiéis da programação Filho Único, aos leitores do Ípsilon, aos clientes Flur, tudo grupos permeáveis entre si. A habitual centena de pessoas, onde é provável que me volte a incluir, pode assistir ainda a uma primeira parte marcada para as 22h com Gavin Russon, que alguns conhecerão do disco Days of Mars gravado em conjunto com Delia Gonzalez.
Mas os Aquaparque são por assim dizer cabeças de cartaz, jogam em casa. E têm motivos com que se orgulhar face aos resultados do seu CD de estreia. Fala-se em inúmeras referências a propósito dos temas de É Isso Aí, e com acerto. Resumiria tudo numa fórmula: a música dos Aquaparque soa-me a Variações in the Bush of Ghosts. Parte dos elementos de que é comum partir-se – som, voz, melodia, ritmo, palavras – e aplica-lhe uma hierarquia personalizada, integrada nas correntes actuais de experimentação com o formato canção (aqui mandam os Animal Collective). Os Aquaparque mostram ter gozo na bricolage que praticam, procuram a imanência de um certo caos, e escutá-los representa um desafio até que se crie familiaridade com aquelas estruturas. Eles apenas nada inventam porque nada mais há para inventar.

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