10.01.2007
Património de humanidade
No One is Alone (retirado de Into the Woods)
No one here to guide you,
Now you're on your own.
Only me beside you. . .
Still, you're not alone.
No one is alone, truly.
No one is alone.
Sometimes people leave you
Halfway through the wood.
Others may deceive you
You decide what's good.
You decide alone,
But no one is alone.
People make mistakes,
Fathers, mothers,
People make mistakes
Holding to their own,
Thinking they're alone.
Honor their mistakes
Everybody makes
one another's terrible mistakes.
Witches can be right,
Giants can be good.
You decide what's right
You decide what's good.
Just remember. . .
Someone is on your side.
Someone else is not.
While you're seeing your side
maybe you forgot:
They are not alone.
No one is alone.
Hard to see the light now
Just don't let it go.
Things will come out right now
We can make it so.
Someone is on your side
No one is alone.
Não sei se haverá na história da escrita para canções alguém que possamos fazer equivaler a Stephen Sondheim. Há uma zona de sombra, uma densidade emocional que humaniza profundamente as personagens dos seus musicais, seres imperfeitos em busca da felicidade, que não encontramos mesmo nos maiores compositores que vieram antes - igualmente perfeitos quer nas letras quer nas melodias, como Porter, Gershwin, Berlin ou Lerner -, mas que ficaram aquém de Sondheim na exploração dos dramas centrais à existência humana: a capacidade para amar e ser amado; a necessidade da presença dos outros e uma consciência implacável de que nunca deixamos de estar sozinhos. Muitas canções escritas por Stephen Sondheim são verdadeiros ensaios (à Montaigne) sobre essa coisa complexa e irresolúvel que é ser-se humano. Buscamos incessantemente o seu sentido (os seus sentidos) que nunca agarramos por completo. É um repertório que ficará para a eternidade e que nos emocionará tanto quanto nos fará pensar. Vem isto agora a propósito do DVD que vi recentemente, onde Bernadette Peters - a intérprete de Sondheim de maior notoriedade - deslumbra o auditório do Royal Festival Hall em Londres. Espectáculo imaculado servido por sóbria e funcional realização que não desvia a atenção do essencial: canções perfeitas e interpretações que o não são menos. A vida pode não mudar quando assistimos a uma coisa destas, mas fica pelo menos em suspenso e por 90 minutos.
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