4.27.2011

Importa-se de me emprestar o punk metal?


























Escrevi há dias que o hardcore punk eu nunca iria perceber, não prevendo que o esbatimento de fronteiras tão frequente entre géneros musicais me obrigasse a entrar em contradição: se usassemos apenas a classificação rock'n'roll resolvia-se parte das angústias da melomania. Contra mim digo tudo o que disse, revelando alguma frustração por não ter conseguido ouvir além da musicalidade hostil dos Dillinger Escape Plan e dos Converge, agora que me aparece um disco como esta estreia dos noruegueses Kvelertak, produzida justamente por um elemento dos Converge (Kurt Ballou), e que é uma bomba de disco no melhor dos sentidos. Cantam em norueguês em cima de um universo de mitologia nórdica (afirma quem fala a mesma língua) próprio do black metal. As vocalizações extremas também são comuns a este género. Mas depois há ali um substrato roqueiro que desvia o curso dos temas do black metal para o punk, ou o que eu entendo por melhor classificação o sludge metal: questão de robustez sonora e embalo(balanço). Os Kvelertak penso que se identificam mais com o som de uns Black Tusk, Baroness (John Baizley desenhou-lhes a capa magnífica) ou Kylesa nos seus episódios de maior explosão. Têm uma energia de contágio imediato. Um disco já não me batia assim desde o último High on Fire, com os quais se justifica compará-los também. Tinham-me dito que se tratava de um dos melhores álbuns do ano passado, no que não posso estar mais de acordo. Kvelertak: fixem o nome.

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