10.20.2009

My fair lady

















Quando Angel Deverell (a estonteante Romola Garai) tem o primeiro contacto com o seu futuro editor, este pergunta que autores ela gosta de ler. Angel, que obviamente tem orgulho na sua imaginação que nada deve à leitura (mas sim à ambição e mitomania), responde-lhe Shakespeare excepto quando tenta ser engraçado. No final do filme e no leito de morte, a imagem de Angel encontra-se entre a de uma figura shakespeareana, enferma e delirante, e a personagem de Welles sua semelhante mais popular de sempre: o Charles Foster Kane que, sabemos bem, também tinha nos genes um contributo generoso do bardo inglês. Angel não é dos melhores filmes de François Ozon, mas este realizador terá sempre algo a dizer com relação às mulheres, e aqui a um determinado tipo de mulher. Uma espécie de rainha sol que só consegue viver com aqueles que se apagam sob a sua luz. Homens e mulheres, vejam e iluminem-se.

Arquivo do blogue