5.24.2012

Rien vu...

























Os meus sonhos são regra geral bastante realistas e têm uma relação directa com o que acontece na minha vida desperta. Isto quando me recordo do que sonho, ou quando o que recordo não se escapa momentos depois de ter acordado. Ontem sonhei com o filme de Alain Resnais que está em competição em Cannes. Encontrava-me numa sala de cinema com uma actriz portuguesa bem conhecida do meu lado direito, que apresentava junto de si duas crianças que pela idade não podiam ser suas filhas. Mas eram. Daí que conclua que os tempos do sonho se tenham misturado e que havíamos em parte regressado a um passado em que aquelas miúdas podiam ter nascido daquela mãe. A dado momento da projecção eu estava dentro do filme, deambulando por espaços que não consigo reconstituir, mas que se me afiguravam como oníricos, o que tratando-se de um sonho não deixa de ser redundante. Mas porquê o Resnais, que é cineasta por quem não nutro particular estima? E era o Resnais, tenho a certeza, que me cruzei com ele pelos cenários do filme que Cannes viu, e que eu também vi mas não vi. Dormi um número importante de horas seguidas, e pela primeira vez em muitos meses não me levantei a meio da noite. Isso é o que mais importa. Ninguém se queixa da duração do filme quando está a sonhar.

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