5.09.2011

Mentes que brilham


























«Na minha opinião. pelo menos na América, o século XX foi o grande século da família. Existem, com certeza, muitas famílias na literatura do século XIX, mas o aspecto mais saliente é a ausência de muitas das dinâmicas de autoconsciência que nos parecem hoje aspectos evidentes da vida familiar. Os adolescentes rebeldes de Turgéniev são personagens reconhecíveis, mas a sua rebeldia não assume a forma específica que me interessa: o desejo de não cometerem os mesmos erros que os pais cometeram. Creio que a combinação entre a psicanálise europeia e o sonho americano de auto-ajuda e auto-suficiência enriqueceu muito a nossa experiência familiar. E no entanto, há razões para temer que essa janela que se abriu no século XX venha a ser fechada pelo século XXI, à medida que o capitalismo consumista vai destruindo as diferenças entre gerações e encorajando as pessoas a transformarem-se em átomos narcisistas de consumo.»


Da entrevista por e-mail de Rogério Casanova a Jonathan Franzen (Ípsilon, 06.05.11).

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