Anna Paland fotografada por Ira Chernova. Dedicava-lhe várias canções de Scott Walker e já.
5.31.2011
Mr. White
Quando descobrimos Stanley White que avança por Chinatown adentro enquanto decorre o funeral de um ilustre elemento da tríade local, notamos-lhe o cabelo prematuramente embranquecido e relacionamos o fenómeno com o apelido da personagem. Curioso é perceber que o cabelo de White vai escurecendo à medida que a sua vida se torna mais caótica e a contagem de cadáveres cresce. É como se o polícia interpretado por Mickey Rourke, de fibra muito hawksiana, se sentisse revitalizado perante o tumulto que o cerca. Como se fosse preciso sentir a própria vida ameaçada para experimentar esse rejuvenescimento. Prefiro inclinar-me para esta leitura do que pensar que se tratou de descuido da parte da equipa de maquilhagem e caracterização. Year of the Dragon (1985) é produto de um cinema visceral que teve a sua época. Os meninos como eu queriam ver filmes para gente crescida, ao passo que hoje o cinema comercial parece ter como único propósito a nossa infantilização (ai dos que tiverem cabelos brancos).
Amalric rock'n'roll
5.30.2011
Sandy Lyle, que extraordinário actor
Sandy Lyle: Reuben, I'm in a situation here. We have to leave now.
Reuben Feffer: No. Can we stay a couple more minutes?
Sandy Lyle: Dude, no. This is serious. I just sharted.
Reuben Feffer: I don't know what that means.
Sandy Lyle: I tried to fart and a little shit came out. I just sharted. Now let's go.
Reuben Feffer: You're the most disgusting person I've ever met in my life.
Along Came Polly (John Hamburg, 2004)
5.28.2011
Brandes costumes
5.27.2011
Died in the wool
Há um Sylvian acabado de sair, com "releituras" do file sharing que resultou em Manafon. O princípio da partilha de ficheiros sonoros manteve-se, assim como o esqueleto vocal de grande parte dos temas desse disco. Depois juntou-se-lhes um quarteto de cordas dirigido por Dai Fujikura, e grande parte dos nomes ilustres da vanguarda representada pela Samadhisound: Jan Bang, Erik Honoré, John Tilbury, Arve Henriksen, Christian Fennesz, vários outros. Inéditos ou não-inéditos que se apresentam sobejamente transformados. No disco 2 uma instalação sonora de David Sylvian intitulada When We Return You Won’t Recognise Us. Música de lenta degustação que apela a toda a nossa disponibilidade. Apresentação impecável, como sempre. À venda na Flur desde ontem.
(to be continued...)
5.26.2011
Escape from New York
A banda do superdotado/avantajado (After I did it, I thought, 'Oh my God, what did I do?'. It was more than upsetting that so many guys had it. Girls, OK, but there just seemed to be at least as many guys.) e prematuramente desaparecido Peter Steele.
Melosintético
As diferenças de sentido de humor entre esquerda e direita. A objectificação sexual de Robert Redford. Hubbell ébrio e adormecido em cima de Katie. Os dedos compridos de Barbra Streisand. A música de Marvin Hamlisch. A casa frente à praia. O efeito que o tempo produz nos sentimentos. Sydney Pollack. Sydney Pollack.
5.25.2011
5.24.2011
Marchar sobre o Vaticano lol
O melhor comentário que alguma vez li no YouTube subscreve o tema Death Knell dos Ghost e diz assim: "i like ghost and im christan lol". Tão bom que nem lhe corrijo os deslizes ortográficos.
Janne "JB" Christoffersson tem a melhor voz do metal desde Bruce Dickinson e Rob Halford
Ontem, enquanto escutava este disco, pus-me a pensar, ponto um, se os suecos darão valor à quantidade de grandes bandas de rock pesado e de metal que têm vindo a surgir no país e nações vizinhas; e, ponto dois, agora que consta que os Spiritual Beggars estão menos fortes que no início do século, o que seria de um cartaz em Lisboa com Ghost a abrir, Grand Magus na segunda parte, e Amon Amarth para arrasar a noite? Tudo bandas suecas.
5.23.2011
O abraço de Sophie
A dimensão mais dilacerante de In Treatment liga-se ao facto do próprio processo de terapia traduzir um aspecto relacional onde a maior ou menor abundância de palavras equivale a uma escassez de contacto físico. Em nenhuma personagem esse aspecto é tão comovente como em Sophie (e nunca será exagerado elogiar a extraordinária composição de Mia Wasikowska, hoje já figura incontornável do cinema americano: a australiana Mia filmou entretanto com Tim Burton, com Lisa Cholodenko, com Gus Van Sant e com Rodrigo García).
Bem cedo na série, quando Sophie usava ainda os dois braços engessados, chega uma tarde à terapia com a roupa ensopada da chuva. É a mulher de Paul que a irá ajudar a mudar para uma roupa seca, e num instante de maior proximidade física a rapariga abraça-a. Alguns episódios mais tarde, no decorrer de uma sessão em que Sophie chorou permanentemente e mostrou a Paul as consequências de uma séria irritação de pele de origem nervosa, foram vários os momentos em que a afectividade dos dois se manifestou em olhares, gestos mínimos, silêncios, interjeições, sem que o analista ou a paciente fizessem o movimento que o espectador sentia estar iminente.
O abraço não chegou a acontecer, talvez porque na fase em que a terapia se encontrava pudesse significar o recuo para uma zona de protecção que o espaço das consultas deixa de ser quando tem início a cura. É como se fosse necessário pôr a ferida a descoberto e depois deixá-la arder para que cicatrize. O abraço que muitos desejariam ver naquele episódio seria como que voltar a tapar a ferida. O aspecto dilacerante manifesta-se ao vermos que a ferida arde na proporção em que a terapia dói, apesar da empatia que rodeia as personagens e também o espectador. A intimidade constante de In Treatment é o que a torna viciante.
Fácil de entender
5.20.2011
Se faltar a paz minas gerais
três dias
(andré dahmer/ marcelo camelo)
se faltar carinho ninho
se tiver insônia sonha
se faltar a paz
se faltar a paz minas gerais
se encontrar algum destino
para solidão tamanha
se faltar a paz
se faltar a paz minas gerais
se faltar carinho ninho
se tiver vontade chama
se faltar a paz
se faltar a paz minas gerais
se você ficar sozinho
pega a solidão e dança
se faltar a paz
se faltar a paz minas gerais
desaparecer no vento
e acordar num outro instante
nó na imensidão do tempo
dor do sentimento faz
mas se faltar a paz
se faltar a paz
se faltar a paz minas gerais
É hoje a minha eleita de um disco uniforme (nada monótono) como Toque Dela. Uma elegia pelo amor com a cama sonora que percorre o disco inteiro. Toque Dela está cheio de canções que parecem ambicionar a ser só música. Tire-se-lhe as palavras e seria já um prazer. Mas as palavras são lindas, como este verso iluminado de André Dahmer, "se faltar a paz minas gerais": no interior do CD sempre grafado com minúsculas.
5.19.2011
Alex, eu, e os outros
Cheguei a dizer que Alex "era eu", fantasia construída com base nas primeiras consultas do paciente das terças-feiras às dez da manhã. Alex é um aviador da marinha, piloto de F-16, treinado para missões de risco, a gozar baixa médica após ter sido vítima de um ataque cardíaco que está relacionado com o remorso decorrente da operação onde morreram civis iraquianos sob o seu fogo. Ele entra na sexta semana de consultas após quase se ter pegado à pancada na sessão anterior com Paul, que provocou com factos da vida privada do analista num tom de desprezo. Digo eu: existem poucas coisas tão comoventes como a vulnerabilidade de um homem forte. Digo-o com a convicção de que não suscito comoção equivalente e com a consciência das minhas fraquezas.
Alex fala de um sonho que o próprio interpreta como se tivesse reprimido ao longo da vida uma orientação sexual gay, a coisa que o seu pai provavelmente mais deprezaria. Conta depois um episódio de quando tinha 11 anos e foi brutalmente agredido por um rapaz que o roubou. Ao denunciar a agressão ao pai, este igualmente lhe bateu, tratando de o inscrever numa classe de artes marciais, daquelas libertas de ensinamentos para a vida onde se aprende somente a bater. Alex dedicou-se com afinco até que se vingou em alguém que as suas mãos deixaram irreconhecível ("beaten to a pulp").
Nunca apanhei de ninguém a pontos de sentir humilhação. Pratiquei artes marciais (várias) que é uma forma cordata e controlada de testar as nossas capacidades. Vivo hoje ainda com o medo e a insegurança de não saber o que temo mais: se apanhar na cara ou bater em alguém descontroladamente. Soube sempre manter-me fora dos conflitos que previa viessem a surgir. Desloco-me com os sentidos alerta, sobretudo por sítios que não conheço. Das poucas vezes que sovei rapazes, acabei a chorar sobre o facto consumado. Vivo coagido pelas impressões que outros possam ter de mim (daí este blogue?!), deixando para segundo plano a pessoa que de facto sou. A inquietação deve ser comum a muita gente (muitos bloggers...), muitos homens, e é também o que me aproxima de Alex: a vertigem das expectativas; a masculinidade como desígnio e condenação. Perseguirmos aquilo que pensamos que devemos ser e não aquilo que somos. Forçamo-nos a um estereótipo em vez de investir por sermos o "nosso próprio homem". O nosso próprio Alex.
Alex é a personagem da série In Treatment interpretada por Blair Underwood.
5.18.2011
O toque dela
A gente invejava-lhe o talento, depois também o coração (o amor não conhece idades). Marcelo Camelo volta com Toque Dela, título que se abre a diferentes sentidos. Algumas canções chamam-se A Noite, Tudo Que Você Quiser, Pra Te Acalmar, Meu Amor é Teu. Hoje irei experimentar o Toque Dela, que um espírito bom trouxe de longe. Sinto a vossa inveja. É especial.
5.17.2011
Este é o meu sangue
É provável que apenas de dois cineastas pudéssemos esperar um filme como Essential Killing. Um é Werner Herzog; o outro não imaginava que pudesse ser Jerzy Skolimowski. Por outro lado, o facto de se tratar de um realizador polaco ajuda a relacionar a dimensão alegórica do filme com a sua origem (o catolicismo tem grande expressão neste país). No início assistimos à captura do muçulmano interpretado por Vincent Gallo, algures nas montanhas de um hipotético Afeganistão. O homem é transportado para território do leste europeu onde em vão o interrogam. Nova mudança de cativeiro está na origem do acidente que lhe permite colocar-se em fuga. Daí até final, Essential Killing não tratará de outra coisa que a sobrevivência do protagonista. Todo o seu trajecto por um cenário de neve e gelo vai adquirindo contornos de narrativa cristã, em tom subversivo, porque vivenciada por uma personagem que professa outra fé. A Via Sacra do fugitivo conduzi-lo-á até à casa de uma mulher muda (a quase irreconhecível Emmanuelle Seigner), da qual víramos sair antes vários homens. Assim como do interior de uma outra casa se escutaram cânticos de Natal. Porque Skolimowski permite a leitura alegórica eu vejo nessa mulher uma variação da figura de Maria Madalena, que irá tratar dos ferimentos do muçulmano como se de Cristo se tratasse. Há depois no filme a conjugação do trabalho de câmara fortemente físico, subjectivo, que aliado à utilização do som e da música fazem de Essential Killing uma experiência sensorial mais ampla ainda. É uma obra que se joga totalmente no esperanto da linguagem cinematográfica, constituído como sabemos pela imagem e pelo som. Filme aberto a diferentes leituras de que ofereço apenas a minha.
Essential Killing foi mostrado na edição 2011 do IndieLisboa.
Essential Killing foi mostrado na edição 2011 do IndieLisboa.
Aprender a arte de saber escutar
A desatenção pode parecer óbvia – afinal a frase que promove a série refere que "he's listening" – mas foram precisos cerca de 20 episódios para me dar conta da importância da arte de saber escutar, no contexto de In Treatment. Parece-me decisivo ao resultado de qualquer terapia a confiança do paciente. Uma boa conversa (volto a penitenciar-me pela comparação grosseira) pressupõe uma confiança recíproca. Contamos coisas da nossa vida a alguém que nos confidencia coisas da sua vida também. Não entendo de outra forma em que não exista essa reciprocidade. Já no contexto da terapia contamos coisas nada sabendo da vida da pessoa que está do outro lado. Esse silêncio ou aparente neutralidade face àquilo que dizemos relativiza aquilo que dissemos, e quanto maior importância tiverem para nós os factos narrados, maior será o efeito da trama que se deslaça ou do obstáculo que se desfaz. Uma conversa em terapia talvez pressuponha a confiança sobretudo em nós, não tanto naquele que nos está a ouvir.
Um exemplo: quando Sophie (superlativa Mia Wasikowska) regressa à terapia após se ter "tentado suicidar" no gabinete de Paul, este recorda-lhe o momento em que começou a "amá-la" (palavras dele), e de como isso é definitivo para que alguém se torne seu paciente. Sophie é uma miúda de 16 anos; entenda-se o amor de Paul como um sentimento cristão. E conta-lhe que na primeira consulta Sophie olhara para a sua colecção de veleiros miniatura e dissera que se notava que ele gostava de barcos mas não sabia velejar, e que devia abrir uma janela redonda daquelas que os barcos têm, no seu consultório, para observar o mundo lá fora.
Ele está ali para ouvir e quando os outros reparam (fundo) na atenção que Paul lhes dedica sentem confiança nele, mas mais confiança sentem ainda neles próprios pelo cuidado que Paul lhes dedica. E aí a terapia verdadeiramente tem início. Cerca de 20 episódios depois.
Um exemplo: quando Sophie (superlativa Mia Wasikowska) regressa à terapia após se ter "tentado suicidar" no gabinete de Paul, este recorda-lhe o momento em que começou a "amá-la" (palavras dele), e de como isso é definitivo para que alguém se torne seu paciente. Sophie é uma miúda de 16 anos; entenda-se o amor de Paul como um sentimento cristão. E conta-lhe que na primeira consulta Sophie olhara para a sua colecção de veleiros miniatura e dissera que se notava que ele gostava de barcos mas não sabia velejar, e que devia abrir uma janela redonda daquelas que os barcos têm, no seu consultório, para observar o mundo lá fora.
Ele está ali para ouvir e quando os outros reparam (fundo) na atenção que Paul lhes dedica sentem confiança nele, mas mais confiança sentem ainda neles próprios pelo cuidado que Paul lhes dedica. E aí a terapia verdadeiramente tem início. Cerca de 20 episódios depois.
5.16.2011
Tratamento Blockbomba para três filmes do IndieLisboa 2011
Homme au Bain (Honoré em modo vale-tudo e tudo ao léu; péssimo). Attenberg (curioso filme de fim de escola; seja ou não seja, é o que parece). Meek's Cutoff (western etnográfico e minimalista; aborrecido de morrer; muitos críticos vão adorar).
© Blockbomba
© Blockbomba
Strauss-Cannes
O trabalho do analista
Foi impulsivo e também injusto da minha parte querer fazer equivaler um cenário de terapia a uma conversa franca e aberta. Na conversa que decorre da terapia, um dos elementos coloca-se no interior do que é dito ao mesmo tempo que procura ver de fora – analisando – a sequência do que é dito. A permeabilidade de Paul (Gabriel Byrne) em In Treatment não corresponderá a uma situação canónica tal como me descreveram ser o procedimento. Ele envolve-se demasiado com os relatos dos pacientes, que constantemente procuram implicá-lo nos seus problemas, quando não mesmo responsabilizá-lo em parte por eles. O trabalho de Paul reflecte-se no papel do espectador da série participativo (cuja fruição é activa e crítica) que se projecta no analista, e foi isso que eu procurei explicar à pessoa que me emprestou a caixa com a primeira temporada de In Treatment. É como se quando estou a vê-la, parte do meu cérebro esteja envolvida com a situação em curso (o lado emocional), enquanto a restante parte analisa o que acontece à luz da minha própria história (o lado racional). Nessa medida creio ter-me já projectado em todas as personagens masculinas: do terapeuta aos pacientes. Em ambos os lugares em que a série nos coloca. Nunca olhamos exclusivamente por dentro nem suficientemente de fora. Os dilemas de Paul, como o que ele vive quando Laura (Melissa George) regressa como de costume à terapia na 5ª semana, põem-nos a escutar a "voz do escravo" – que à semelhança de Paul fica preso na manipulação sedutora da mulher –, e a "fala do dono" que identifica o gesto manipulador e lhe resiste. E como olhamos literalmente de fora é-nos mais fácil a objectividade que o terapeuta algumas vezes não tem.
5.12.2011
Q&A
O que é isso de "frases da negação" ?
É por causa das mulheres nuas, lindas e inacessíveis que pões no teu blog? :)
Abç
Encho o blogue com coisas que me distraem daquilo que realmente me preocupa. Um escape é uma negação da realidade. Muitas vezes escrita, no caso do blogue.
As mulheres têm um papel central nisto tudo. Mulheres reais dizem-me pouco ou digo-lhes pouco. As outras como tu próprio dizes são inacessíveis (mas um regalo para a vista).
Abç
É por causa das mulheres nuas, lindas e inacessíveis que pões no teu blog? :)
Abç
Encho o blogue com coisas que me distraem daquilo que realmente me preocupa. Um escape é uma negação da realidade. Muitas vezes escrita, no caso do blogue.
As mulheres têm um papel central nisto tudo. Mulheres reais dizem-me pouco ou digo-lhes pouco. As outras como tu próprio dizes são inacessíveis (mas um regalo para a vista).
Abç
5.11.2011
Ele merece tudo
O Pedro Santos da Flur merece tudo pela programação de música que está a fazer no Teatro Maria Matos. Nesse todo estão englobados certamente muitos espectadores melhores do que eu. Hoje actuam os Bang On a Can e a peça em destaque é Music for Airports de Brian Eno. Estarei noutro espaço e ver outra coisa. Por comodismo e precipitação. Perdoa-me.
Memoirs of a different kind of Geisha
Cães ladrando lá fora
Como é hábito vejo a série In Treatment com legendas em inglês. Não as ideais legendas puras e simples, mas legendas para surdos que incluem indicações sonoras. A mais curiosa na série, porque recorrente, diz "dogs barking outside". Já se deu a ocasião de a ler em situações ocorridas nos espaços de consulta de Paul e de Gina, a supervisora. No último episódio da 2ª semana, Paul e Gina debatiam a crise conjugal deste com Kate relacionando-a com a atracção que Laura, a paciente das segundas-feiras, confessara sentir pelo terapeuta. Hoje não tenho constrangimento de dizer que continuo a achar que muita gente faz terapia porque não consegue gerar situações que permitam ter conversas francas e abertas, no que constitui das experiências enriquecedoras que a vida proporciona. Conversas que ajudam a pensar. Claro que isto implica riscos, sobretudo quando os intervenientes são de sexos opostos. Sexos que se atraem.
Falamos para sermos ouvidos, do mesmo modo que escrevemos para que nos leiam. Há uma recompensa erótica sempre que somos notados ou reconhecidos. Ninguém é alheio a esse fenómeno e Gina refere que até grandes terapeutas se deixaram seduzir pelos pacientes. Pela ilusão do controlo e pela dependência criada, acrescento eu. Enquanto isso, em absoluta indiferença, os cães ladram lá fora. Como se uma lógica comum às diferentes existências se sobrepusesse às nossas pequenas vaidades.
5.10.2011
The happiest man in the world
Foto: Andrew Stuart
«Founding Slayer guitarist Jeff Hanneman stepped onstage with his band at this past Saturday's Big 4 concert in Indio, CA, marking the first time he has played with Slayer since last October. In January, Hanneman contracted necrotizing fasciitis, likely caused by a spider bite, and has been undergoing surgeries, skin grafts and intense rehab since. Hanneman surprised the crowd of 50,000 when he walked out onto the stage, unannounced, and played the two-song encore, "South of Heaven" and "Angel of Death."
Backstage in Slayer's dressing room afterwards, Hanneman relaxed on a couch and said, "I'm the happiest man in the world."
Gary Holt, guitarist for Exodus, has been the primary guest guitarist with Slayer since the band started its 2011 touring schedule in February, and will continue in that capacity until Hanneman has completely recovered.»
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