4.24.2007

INDIELISBOA (dia quinto)












Fui em busca de reconciliação com a filmografia de Shinji Aoyama. Teimosia parcialmente, e só parcialmente, recompensada. Shady Grove (traduz-se por "alameda sombria") é a metáfora encontrada para abordar as dificuldades de entrada na idade adulta, onde a independência económica vem cada vez menos acompanhada de maturidade emocional. Os jovens yuppies de Tóquio não sabem o que sentem e interpretam de forma deturpada o que os outros sentem. Aoyama é terno a filmar o desamparo dos protagonistas. O romantismo é ingénuo e apoia-se na pop japonesa e nos livros de auto-ajuda. Perdidos entre aquilo que os mais velhos esperam deles e o que não sabem que querem para si, os dois rapazes e a rapariga de Shady Grove são mais universais que o próprio filme: onde Shinji Aoyama resolveu dar conta das pequenas tragédias amorosas de uma juventude ridícula. Suspensa entre um cenário urbano anónimo e a idealização da paisagem rural onde existirá, segundo todos, uma qualquer harmonia redentora. O resultado é interessante, embora distante ainda da maturidade plástica, narrativa e idiossincrática dos títulos mais recentes do japonês. (2 estrelas)

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