O disco chama-se Silent Night e faz parte da obra do músico norte-americano William Basinski. Foi o meu primeiro contacto com Basinski e fiquei siderado. Silent Night resulta da sobreposição de uma frequência electrónica semelhante ao "canto" produzido pelos grilos, num drone que apenas sofre ligeiras modulações melódicas até se dissipar ao fim de 45 minutos, deixando para o som dos "grilos" o remanescente da peça - cerca de 15 minutos. Isto assim objectivamente descrito, é normal que deixe atónito quem lê. Mas se o leitor gosta de Fennesz, Tim Hecker, Carsten Nicolai ou de outras luminárias da electrónica de tendência estacionária, terá nas composições de William Basinski, a avaliar pela amostra, fiel e essencial companhia. No fundo mais fundo onde não sobram aparências, esta é a música que nunca se esgota e que permanentemente se renova. É a minha cada vez mais forte convicção.
Clicar sobre as ligações para biografia e discografia oficiais de William Basinski, e para a explicação mais completa do que se entende por drone. Stock Basinski, aqui.