4.23.2007

INDIELISBOA (dia quarto)














Diz Laurent Achard em nota de intenções que convém ler antes da sessão e tomar à letra: "Retirei tudo o que tivesse a ver com sociologia ou psicologia. Os jornalistas são obcecados por estes temas, mas o que mais interessa é a forma, o estilo. (...) Filmar os próprios actos não tem interesse. Uma pessoa tem que saber usar a imaginação." Poderia ser eu que estava pouco imaginativo, mas Le Dernier Des Fous pareceu-me apenas um objecto militantemente claustrofóbico com final sangrento, bastante devedor do cinema de Michael Haneke ou de Bruno Dumont. Posso dizer que o topei e que o ignorei, assim mesmo. Sei no entanto que este tipo de dramaturgia de temperatura polar resulta frequentemente em prémios nos festivais de cinema que se queiram afirmar (e confirmar). Serão todos muito irreverentes, determinados e niilistas, sufocando qualquer emoção pela aposta num cinema irrespirável. Quando vejo um filme destes, apetece-me logo mudar de ares: passar a um Pialat ou coisa assim, que sendo irremediavelmente pessimista sempre projecta sangue mamífero a 24 imagens por segundo. Repete quarta-feira, 26 de Abril, às 16h, nos King. (1 estrela)

Arquivo do blogue