12.22.2009

Multiópticas




















Sofro de disfunção óptica. Só pode ser. Alguém me explica para que serve o 3-D em Avatar? Notei um certo relevo, é verdade. O filtro azul-esverdeado que tingia todos os planos. Depois as legendas estavam ora focadas ora desfocadas. E se as personagens em primeiro plano se encontravam acertadas com o meu foco, todas as outras pareciam sofrer de uma distorção de espelhos, multiplicando o seu fantasma por cinco, seis, sete contornos. Uma canseira. Pus os óculos, tirei os óculos, falei para o lado, quase três horas nisto sem chegar a qualquer conclusão. E de caminho não percebendo também a razão de tanto alarido com o de longe pior filme de James Cameron de sempre. Qualquer fantasia de Hayao Miyazaki supera em arte e metafísica este pobre Avatar. Lembram-se do Princesa Mononoke? Eu sim. Avatar mais se assemelha a um cruzamento de Pocahontas com Star Wars, e até a memória de O Último Samurai (filme que estimo e que me assaltou várias vezes ao longo da sessão) chega por via da redução a um denominador juvenil. James Cameron já falou de exterminadores. Agora parece falar para a geração Gormiti.

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