6.24.2009

Et là-bas, quelle heure est-il?




















De há uns tempos a esta parte, e uma vez que os Telefon Tel Aviv se viram tragicamente amputados de um dos seus elementos, os Junior Boys passaram a ocupar a pole position da pop electrónica hoje produzida. O novo disco, o terceiro, chama-se Begonne Dull Care, ou Caprice en Couleurs, e a capa ousa traduzir o próprio nome do projecto para Les Garçons de Premiére. Os Junior Boys continuam a apresentar o formato síntese de Blue Nile e Scritti Politti que serve na perfeição os propósitos de um som que evoca a deriva nocturna solitária. Eles são sofisticados sem recorrerem a demasiados ornamentos. Cada tema parece construído a partir de uma base fluída de sintetizador, à qual se acrescenta uma cadência electrónica, o pontual acidente processado pela via habitual, a modulação das vozes suspiradas (na prática overdubs das intervenções de Jeremy Greenspan), o todo estendido até ao tempo característico do formato remistura. Begonne Dull Care apresenta oito temas que preenchem cerca de 50 minutos de duração. A questão bilingue ao nível da impressão explica-se com o facto de os Junior Boys serem canadianos e pretenderem, imagino, seduzir nos dois lados e respectivos idiomas. Continuo a achar que o melhor disco deles é o primeiro: Last Exit. E que de então para cá não têm conseguido reproduzir os frequentes subtis arrebatamentos emocionais arrancados por esse registo de estreia (apesar de o segundo CD, So This is Goodbye, ser bastante bom também). Fenómenos que se sentem, embora a explicação possa ser demorada (e vaga). Até porque as canções funcionam sempre, apesar do lado baladeiro "afunkalhado" electro-acústico ser mesmo o mais forte dos Junior Boys.

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