6.27.2009

Chico Pinheiro & Cia.




















No final de 2003 eu colocava o disco de estreia de Chico Pinheiro no topo da minha lista de música brasileira. Pinheiro fez um outro disco, onde passou a cantar, além de compor e tocar guitarra (que já fazia), e os resultados ficaram aquém do anterior Meia Noite Meio Dia (MNMD). Ainda penso que MNMD é juntamente com Slow Motion Bossa Nova, de Celso Fonseca e Ronaldo Bastos, e Pérolas aos Poucos, de Zé Miguel Wisnik, dos três melhores discos de produção brasileira cujo som se encontra ancorado no classicismo de Tom Jobim e Edu Lobo, com um sentido de subtilíssima fusão que foi/é prerrogativa de João Gilberto. São todos três, clássicos contemporâneos por mérito próprio.
Vem isto a propósito da suspeita de preconceito com relação ao espectáculo da próxima segunda-feira na Aula Magna que junta Chico Pinheiro ao pianista Brad Mehldau, e às cantoras Fleurine e Luciana Alves. É óbvio que não vi esta formação ao vivo, mas é fácil concluir que se trata de um projecto de qualidade destinado a apreciadores de boa música no geral, e a todos quanto encheram os espectáculos de Ryuichi Sakamoto com o casal Morelenbaum no particular.
Chico Pinheiro é um tremendo compositor e instrumentista, e um cantor competente como há milhares no Brasil. Mehldau é um super músico que domina vários idiomas e que não caiu de pára-quedas na música brasileira (e quem pensar o contrário vai ter uma surpresa enorme). Já Luciana Alves tem um timbre adorável, é daquelas vozes que se derrete nos ouvidos, que conheço dos CD's de Pinheiro. Fleurine, desconheço de todo. Mas no caso, mesmo o que desconheço, arrisco recomendar.

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