9.19.2008
Macacos me mordam
Em 1972 participei no filme de Werner Herzog, Aguirre, o Aventureiro. Ao revê-lo mais de três décadas depois quase consegui recuperar a experiência. Fiz o Don Pedro de Ursua e acabei morto antes da subida final do rio. Falhei a parte em que Herzog soltou dezenas (terão sido centenas?) de pequenos macacos sobre a jangada onde os poucos sobreviventes agonizavam de fome e de sede. O Kinski voltou a impressionar-me naquela sua brutalidade alucinada mas contida, no modo como consegue dar sem espalhafato a demência que se apodera de Don Lope de Aguirre, o grande manipulador, o terror dos selvagens e de nós próprios. Os olhos pareciam querer saltar-lhe das órbitas.
O filme de Herzog não envelheceu uma ruga que seja. Curiosamente, eu também não.
Arquivo do blogue
-
▼
2008
(396)
-
▼
setembro
(41)
- Sapatos vermelhos
- Frank Galvin (1925-2008)
- Será este o melhor álbum
- Thanks
- Todo o homem
- Faraway, so close
- Fim de citação
- Parque jurássico
- Hemingway é português
- Macacos me mordam
- Le mag
- Anastasia Khitruk
- O último Sinatra
- Algumas imperfeições
- Amor
- Barcelona
- Éter
- Fibra
- Impressionismo
- 16:02 OM
- Verdes anos
- Second life
- O buraco negro
- Escutado há minutos
- Provas de contacto
- Rimbaud/ Zazou/ Cale
- Hector Zazou (1948-2008)
- Anda tudo surdo ou quê?
- 16 graus na esplanada
- Paulo Jorge Gomes Bento
- Um homem
- Zé do Caixão
- Café de todas as manhãs
- Mr. Gross
- Jukebox (excêntrica)
- Duas categorias
- Mestre da cor
- Dias cinzentos
- Pulp friction
- Auto-paródia
- The Host
-
▼
setembro
(41)