9.04.2008

Jukebox (excêntrica)


























Alinhamento:
1) Que bom estava o feijão verde, a acompanhar umas ovas de estalo. Há quem tenha a obsessão de variar de restaurante todos os finais de semana. Por mim jantaria às sextas, sábados ou domingos, de bom grado, no sítio onde almoço quase todos os outros dias.
2) Dão como praticamente confirmado o regresso de Liedson a tempo de disputar o derby da Luz. Vai ser muito bom reencontrar Liedson. Vai saber bem ver esse jogo entre conhecidos, entre jarros da casa, entre pratos.
3) O MotelX começou ontem com Doomsday. Plateia repleta que chegou a aplaudir nas cenas mais aparatosas. Forma de vivenciar o cinema que respeito, em silêncio. A festa era deles: o filme, parte Os Filhos do Homem, parte Mad Max, parte Em Nome da Rosa, revelou-se pífio de interesse. Ou sou eu que não estou calibrado para o género. Esta noite o check-in far-se-á na presença do brasileiro Zé do Caixão.
4) As guitarras dos Dead Meadow ecoam na caixa craniana, produzindo ligeira e ilusória embriaguez. Escutar rock nos auriculares é como passear o animal pela trela. Por vezes é a única alternativa. Eles também precisar de sair de casa. E são cada vez em maior número.
5) As eleições americanas revelam, no geral, por parte da imprensa, uma cobertura tendenciosa que se alastra às conversas de cada um de nós. O resto do mundo quer a vitória de Obama, encarnação da "mudança" que o resto do mundo não arrisca concretizar ponto por ponto. Mas e o que querem os americanos? E o resto do mundo o que quer, de facto? Uma causa, um hype (de proporções bíblicas), a ficção que faça acreditar que o rumo do planeta pode ser outro do que aquele para onde caminha, em parte conduzido por poderosos centros de decisão, geradores de riqueza em proveito próprio (a sobrevivência dos mais fortes marca as etapas de progressão da espécie)? E que isso é realmente importante. Detenho-me com preocupações minhas, talvez mesquinhas (o resto do mundo que se lixe). Limito-me a viver (cultivando as pequenas epifanias, ilusões pessoais, à escala do individuo e não da humanidade), e quem vier depois que faça igual se quiser. A vida já é de si suficientemente complexa, ou dispersa, e se os próximos frequentemente se esquivam de participar nas causas vizinhas (preferindo o vazio das cruzadas longínquas) - o primeiro a me assegurar que a proximidade que nos vendem todos os dias não é sinónima de uma distância relacional que nunca foi tão larga como hoje (face a expectativas que levariam a reflectir sobre aquilo que têm de real e de virtual), que atire a primeira pedra -, também eu posso ser egoísta e inconsequentemente caprichoso. McCain, McCain, McCain (ou... Obama, Obama, Obama). A América é bonita para visitar, mas viver em Lisboa é aquilo que sei. Aquilo a que me agarro. Os próprios americanos definiram-no melhor que ninguém: "home is where the heart is". O meu continuará por aí. Perto. Não sou melhor nem pior que vocês.

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