7.12.2007

Lasse Marhaug














Lasse Marhaug é norueguês e nasceu em 1974. Músico da área da electrónica, tem nome nos créditos de para cima de 200 discos. O seu som é classificado de noise e diz quem ouviu que pode ir do ruído mais ensurdecedor ao drone mais contemplativo. Descobri Marhaug em dupla com o organista Nils Henrik Asheim, através do CD Grand Mutation para a Touch, casa de Fennesz, Oren Ambarchi, Biosphere e RafaelToral. E deu-se a coincidência de estar ontem a escutar Grand Mutation pela primeira vez e deparar-me com a referência a Marhaug num texto do Pedro Costa para a Jazz.Pt de Julho/ Agosto, a propósito do festival Perspectives na Suécia. O Pedro esteve lá e classifica a prestação de Lasse Marhaug de "assustadoramente" boa. Terá sido o noise extremado o que ele experimentou, nos antípodas de Grand Mutation onde o cruzamento da electrónica com o orgão de igreja secular atribui a este registo uma sonoridade predominantemente gótica, implosiva e intemporal. A mutações são constantes e tornam-se mais perceptíveis com audições continuadas. Nota-se a pressão crescente nas intervenções de Marhaug. O resultado por vezes origina a erupção de ruídos, embora esporádicos mas que caracterizam a produção desta música sugerindo uma câmara de magma sob a superfície da Terra. Lasse Marhaug foi mais tarde responsável pela mistura do disco onde terá podido tornar a manipular os resultados do registo directo e simultâneo dos dois elementos (orgão + electrónica), ocorrido na catedral de Oslo antes desta encerrar para restauro. Grand Mutation é disco que vale a pena explorar e que se desmultiplicará em focos de interesse quando escutado com headphones que é como idealmente o deveria ser.

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