7.09.2007

Bruna por inteiro

Bruna Lombardi deu longa entrevista à revista do Sol deste sábado que vale a pena ser lida na totalidade. Sabíamos que Bruna era bela - ainda o é, aos cinquentas -; ficámos a saber que é uma mulher de invulgar capacidade de aceitação e inteligência. O prazer foi todo meu. Três momentos:

«A liberdade tem de ser primordial na vida de uma pessoa. Se ele quiser outra mulher, tem de resolver isso e eu não posso prendê-lo.
Perdoava-lhe, se ele se relacionasse com outra mulher?
Não tenho de perdoar, tenho de compreender.
Quer dizer que aceitaria uma traição?
Não sei. Não existe uma teoria que diga que na página tal está a resposta.
Mas há um princípio de fidelidade, ou não?
Há, porque você quer estar naquela relação. Mas acho que também não temos de perder a nossa relação com o mundo. Temos de viver a nossa plena liberdade e um dos atributos para isso é a sedução, que é uma coisa boa. Uma actriz tem de seduzir o público, uma pessoa tem de seduzir outra durante uma conversa. Tem de existir uma troca, porque, sem isso, não existe força vital.»

«Estou toda arranjada porque acabei de ser fotografada com roupas e jóias maravilhosas. Tudo isto faz parte de algo que não deixa de ser uma personagem pública com um certo glamour para uma revista feminina. Mas a minha natureza é de moleque, de andar de jeans, de subir às árvores, brincar com bichos e cair na lama. Sou assim. Depois também há o lado da escrita: totalmente mergulhado na introversão, solitário, de noites e noites e noites sem nenhum glamour. Se me perguntar 'como convive com essas diferenças?', respondo-lhe: 'E por que não somá-las em vez de as anular?'»

«Acho que algumas perdas que vêm com a idade - perdemos os nossos pais e outras pessoas queridas - são inevitáveis e outras são imponderáveis. E todas elas vêm acompanhadas de alguma coisa a que você se agarra para ir para outro lugar. Não é um substituto, mas uma nova porta, um novo caminhar. Por isso digo que não existe perda, existe movimento. Você sai de uma coisa para descobrir outra. Se não, não sairia dela. E não acho que, com a idade, fiquemos menos aptos para compreender um novo mundo. Acredito que compreendemos cada vez melhor o mundo que queremos compreender, aquele que criámos.»

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