11.09.2010

Um perdedor
















Paulo Sérgio é um perdedor. Custa ter de o admitir mas torna-se cada vez mais evidente (o falhanço nos momentos cruciais). E a excepção, também no seu caso, confirma a regra. Quando perdeu o 5º lugar para o Marítimo na época passada, em confronto directo disputado em Guimarães, o já então anunciado futuro treinador do Sporting deixou-me um amargo de boca próximo daquilo que teria sido o sabor de um desaire protagonizado pelo meu clube (sentia-o já treinador do Sporting embora não exercesse ainda essas funções).
Paulo Sérgio parece ser homem de carácter, sério no trabalho e justo na avaliação do desempenho da equipa. Falta saber corresponder nos momentos decisivos, saber reagir quando o rumo dos acontecimentos se altera desfavoravelmente. Saber gerir aquilo que corre bem é o mínimo que se exige no desempenho de quaisquer funções. Paulo Sérgio tem falhado no resto. Quando a equipa desaba perante os seus olhos, ele mostra-se incapaz de promover a recuperação da coesão anterior. A excepção deu-se com o triunfo improvável no terreno do Brondby que permitiu o acesso à Liga Europa. De resto o Sporting manifesta sempre enormes dificuldades frente a equipas que vão além da mediocridade.
Na minha opinião, e tendo em conta as incidências de ambos os jogos, perder 2-3 frente ao Guimarães é tão comprometedor como ser goleado no Dragão (ou mais até). Todos os jogos têm momentos decisivos e Paulo Sérgio tem falhado grande parte deles por adiar as suas decisões. Voltemos ao jogo com o Guimarães que deitou pelo chão quaisquer expectativas que eu alimentasse em relação ao nosso treinador. Maniche é expulso e o Sporting, que já havia baixado de rendimento na segunda parte, recua no terreno. O Guimarães faz o 2-1 logo após a entrada de Zapater que substituiu o nosso melhor jogador até então, Jaime Valdés. O que faz Paulo Sérgio? No banco estavam os avançados Saleiro e Yannick (é o que temos), e o treinador pura e simplesmente não reage. O Guimarães anula a desvantagem e pouco depois passa para a frente no marcador, e só então Paulo Sérgio faz entrar Saleiro (nos descontos...). A equipa diminuída com a expulsão do seu jogador mais experiente assiste à passividade do líder. E os homens no banco, o que terão pensado ao ver que o treinador preferiu qualquer sorte a ter de lançá-los no jogo?
Quando o Guimarães marca e está a jogar contra dez, Paulo Sérgio pensou uma vez mais pequeno. Procurou não perder o jogo em vez de procurar alargar a vantagem. Isto para mim define com clareza a diferença entre um vencedor e um perdedor. A época está perdida. Espera-nos mais do mesmo. Ficar atrás do Porto, do Benfica, do Braga ou do Guimarães. Paulo Sérgio acabará também ele a disputar (de novo, quem sabe) o 5º lugar... Oxalá o calendário corra depressa e que sejamos poupados a demasiados embaraços. Que saibamos mostrar nas derrotas outro espírito competitivo. Outra dignidade.

Arquivo do blogue