4.13.2010

Sozinho


























Light Sleeper é um filme profundo. Paul Schrader é em primeiro lugar argumentista, um contador de histórias ocupado com a solidão do herói em cenário urbano. É provável que nunca venha a ser cineasta demarcado, a sua cinefilia impõe-se (Bresson primus inter pares) assim como os traços de época (do estilo dos outros) que sempre apreciei pelas razões certas. Schrader é um romântico e um demiurgo ocupado com questões morais. A culpa é central nos seus filmes. Alguns protagonistas quase são figurações de Cristo no mundo moderno. São ao mesmo tempo idealizações da masculinidade e homens em perda. Indivíduos tipo que escolheram vias tortuosas na busca da redenção. No destino dos homens de Schrader existe invariavelmente uma mulher (a mãe, a companheira). Existem mulheres nesse caminho que nunca garantem ser a última paragem. Os filmes de Paul Schrader escolhem um de dois finais possíveis: o êxtase aberto para o indefinido ou a conclusão em tom trágico. Os filmes mais pessoais, escritos ou realizados por Paul Schrader, são os que considero como meus também.

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