1.16.2008

Podium














Podiam estar, ou antes, seguramente estariam junto das minhas escolhas da melhor música editada em 2007, caso os tivesse escutado no decorrer desse ano. Eu que me havia afastado dos Animal Collective depois de Sung Tongs, vim a encontrar em Person Pitch, de Panda Bear (um dos elementos da banda), o elo então perdido. Há um lado hipnótico que resiste a que se tente separar as "canções" do disco, e há também qualquer coisa do espírito de Brian Wilson projectado até nós de uma galáxia longínqua. Com os LCD Soundsystem o que ocorreu é ainda mais incompreensível. Tudo no som de James Murphy é excessivo e a qualidade não foge à regra. Aquilo suga-nos a atenção de uma maneira completamente diferente de qualquer outra música produzida actualmente. E no de vez em quando disto tudo fui adiando o primeiro contacto atento com Sound of Silver, que agora desse mesmo ponto de vista me parece mais eficaz que o anterior CD. Arrebatador para certos e determinados dias (mas pouco caseiro). Ao contrário de Fiel Knapp de Bjørn Torske, a grande surpresa do lote. De paragens de onde sinceramente já não esperava ver surgir grande coisa - a geografia incerta de um hemisfério de fantasia que podemos aceitar ter por origem as experimentações "quarto-mundistas" de Brian Eno e Jon Hassell continuadas, e para escolher o melhor exemplo, no episódio Satta dos alemães Boozoo Bajou, a Noruega marca pontos e hospeda a mais surpreendente proposta de música de dança que não se dança em anos recentes. Original mas mais importante que isso assente numa estrutura de clássico que salta à escuta. Desacelerado até ao dub e muito ligeiramente reacelerado às dinâmicas de uma house electrónica sem geografia descortinável. O albino Torske é esquimó com alma de jamaicano.

Arquivo do blogue