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Sempre que vejo Jeremy Brett, o Sherlock Holmes que fica para a eternidade, me lembro do actor português João Grosso. Uma associação imediata que ocorreu da primeira vez sem qualquer intervenção racional no processo. De semelhanças físicas ficamos conversados. Deve ter a ver com a rigidez e elegância com que a personagem de Conan Doyle se desloca, a elevação que usa quando fala, algures entre a pompa e o paródico. O Sherlock de Brett, como aliás muitas das figuras distribuídas por diferentes episódios, trazem a postura e a loquacidade que têm raízes no teatro. João Grosso é alguém que valoriza essa tradição, que no essencial não difere de país para país. Se houvesse um Sherlock português talvez João Grosso tivesse ganho a eternidade. Mera dedução.