2.15.2012

Blakroc(kers)




















Saio de casa e passo pelos grupos pouco misturados de rapazes e raparigas que estudam numa escola de artes uns metros abaixo. Fumam coisas que cheiram esquisito, falam alto para chamar a atenção e ouvem música: normalmente hip hop foleiro, ou então é a fraca reprodução sonora que não permite perceber a qualidade do que ouvem. Pergunto-me se conhecerão este disco? Quando músicos muito estimáveis como Erykah Badu ou Common resolveram electrificar o seu som, talvez na tentativa de fazer o crossover para o lado dos que gostam de rock, que na América por exemplo continuam a ser numerosos, eu achei aquilo uma aberração e rejeitei esses álbuns sem lhes ter dado meia oportunidade. O que Dan Auerbach e Patrick Carney (os Black Keys) fazem em Blakroc é a produção inversa. A matriz é roqueira, as guitarras têm a rugosidade que associamos aos discos da dupla, e as batidas vêm depois. Assim como as vozes de Ludacris, RZA, Q-Tip e outras. Assim resulta, para mim. Há o punch de tipo Led Zeppelin embrulhado com uma atitude desafiadora contemporânea. O todo faz corpo. Não existem partes que soam a corpos estranhos. Até parece que os músicos envolvidos foram criados a escutar as mesmas coisas, e se calhar até foram.

Exemplo prático:



Zeppelin

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Blakroc (ver no You Tube)

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