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O cartaz, o clip disponível, aspectos conhecidos da narrativa, são reveladores de um contexto histórico e dramatúrgico que remete para a excelente adaptação que Neil Jordan fez de The End of the Affair, de Graham Greene, com Ralph Fiennes e Julianne Moore. Só que devemos esperar que essas linhas de força de algum modo se esbatam face às particularidades estilísticas de Terence Davies: os seus longos takes, a demarcação de um tempo ficcional que tem tanto de nostálgico como de elegíaco, e uma acentuada palidez emocional. São filmes que implicam sempre a aferição dos afectos pelo intelecto, um aspecto raro no cinema exterior à órbita de autores bem determinados, e que quando não resulta gera incómodo e enfado.