3.29.2011
No extremo do extremo
Se existe disco mais extremo que Monotheist (2006), continuarei atento aos indícios. O poder dos Celtic Frost foi atingido por um princípio de total concentração. Isto aplica-se quer às palavras como aos sons. O exemplo das palavras: "Frozen is heaven and frozen is hell/ And I am dying in this living human shell/ I am a dying God, coming into human flesh". Não é tanto a ritualidade do sentido que importa, mas o peso acumulado das palavras utilizadas. O sentido primordial do conjunto significante menos que o impacto de cada uma delas em separado. Assim nos atingem os riffs lentos dos Celtic Frost que parecem chegar de algum lugar ou de um tempo longínquos e profundos. Um disco como Monotheist põe-me em sentido. É música que produz eco numa zona remota dentro de mim, que faz apelo a forças que não consigo racionalizar, e que por aquilo que revela suscita-me um respeito extremo.
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