3.24.2011

Como as coisas se fazem

Esta é a pequena história do meu fracasso no marketing político. Em 2004 eu trabalhava para a agência que viria a fazer a campanha que opôs Santana Lopes a José Sócrates (legislativas de 2005). Para os profissionais brasileiros vale tudo quando se está em campanha, e nesse tudo coube a criação do blogue Portugays onde mais do que se insinuou a homossexualidade do candidato socialista. Não satisfeitos com isto, que a imprensa portuguesa da altura ainda mal espiolhava a blogosfera como depois veio a fazer, um dos marqueteiros melhor relacionados com os jornais do Brasil pediu a um camarada que colocasse uma notícia dando conta da alegada ligação entre Sócrates e Diogo Infante que, como é óbvio, passou para a imprensa deste lado do Atlântico.
Esta sucessão de tristes episódios ocorreu-me a propósito da notícia veiculada num orgão de comunicação italiano que dá conta do desejo de Marco van Basten de treinar a Fiorentina. A mesma foi arremessada ao candidato Bruno de Carvalho pelo seu adversário Pedro Baltazar (administrador de uma agência de planeamente de media e publicidade), em debate na SportTv a que não assisti, e o Record dá conta que «Carvalho refutou, acusando Baltazar de “colocar” notícias nos jornais». Baltazar tem na sua lista Pedro Santana Lopes, o que será por certo a única coincidência de todo este imbróglio.

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